Nas redes sociais, médicos oferecem atendimento voluntário à população

Corrente visa diminuir o número de pessoas procurando atendimento hospitalar com sintomas do novo coronavírus

Enquanto milhares de profissionais da área da saúde assumem a linha de frente no combate ao novo coronavírus no Paraná, médicos que estão em quarentena também prestam auxílio à população. Uma corrente do bem vem se espalhando nas redes sociais e muitos deles já se manifestaram em seus perfis pessoais abrindo espaço para o esclarecimento de dúvidas relacionadas ao Covid-19. Totalmente sem custo.

Luiz Romancini, 32 anos, é um deles. “Estamos nos mobilizando para que o paciente, antes de sair de casa, converse com um médico e saiba se realmente há necessidade. Na maioria das vezes, não há. Se a gente conseguir diminuir o número de pessoas indo aos hospitais, será de grande ajuda para os nossos colegas”, defende o médico formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).

A médica Lorayne Cristina Matiuso, 27 anos, que trabalha em uma unidade de saúde em Colombo, reforça: “Você pode ir bem e, pela desinformação, sair do hospital com a doença. O teste é só para pacientes graves”. Por isso, também ofereceu ajuda no grupo do condomínio onde mora e já atendeu uma vizinha idosa e a porteira do prédio, que é diabética.

O médico Luiz Romancini atende cerca de 20 pessoas remotamente.

Romancini acompanha remotamente cerca de 20 pessoas que entraram em contato com ele, via rede social, relatando sintomas respiratórios. “Agora que estamos saindo do auge do verão e entrando no outono, doenças como bronquite e rinite alérgica começam a ficar mais frequentes e apresentam sintomas que, em meio ao pânico, podem ser confundidos com os do coronavírus”, afirma o médico. “Com sintomas leves, recomendo permanecer em casa, não ficar se automedicando para não mascarar sintomas importantes, cuidar da alimentação e acompanhar a temperatura corporal.”

A internet como aliada

Dermatologista, Romancini conta que, no período de quarentena, ele só fará atendimentos online, muitos deles relacionados ao coronavírus. “Neste momento, não faz sentido ficar lotando a sala de espera do meu consultório para atender pacientes que podem aguardar algumas semanas.”

Para Lorayne, que continua atendendo na unidade de saúde em Colombo, quanto mais as pessoas forem consultadas à distância, melhor. “Os equipamentos de proteção individual (EPIs) estão escassos, as prefeituras não estão mandando. O pessoal que trabalha em Curitiba está reclamando. Em Colombo, ainda não recebemos máscaras adequadas para atender. Além disso, a máscara precisa ser descartada quando atendemos um caso suspeito e mesmo assim temos recebido orientações para guardar e usar durante 15 dias”, relata a médica.

Para se proteger, Lorayne diz que precisou tirar dinheiro do próprio bolso e correr atrás de máscaras, luvas e outros equipamentos. “Dá um pouco de medo. É tudo muito romantizado, mas a gente precisa ter o mínimo de condição de trabalhar.”

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