Ministério da Saúde é desocupado, mas movimento mantém agenda

Movimentações indígenas contra política de Bolsonaro continuam ao longo da semana

Após reunião com representantes da Advocacia Geral da União (AGU), na tarde desta terça-feira, o movimento indígena decidiu por manter sua agenda de ações, mas encerrou temporariamente a ocupação da sede do Ministério da Saúde, na Cândido Lopes, no Centro de Curitiba.

O diálogo teve início por volta das 15h, na sede ocupada. Amanhã, às 10h, acontecerá uma audiência no Senado, com o Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Lideranças indígenas de todas as regiões e etnias já estão se reunindo em Brasília (DF) para acompanhar o processo. Movimentações como a ocupação de prédios públicos e BRs, bem como outros atos, ainda devem acontecer ao longo de toda a semana.

Os manifestantes protestam contra a municipalização da saúde indígena, e pedem que mudanças na política nacional de atendimento à essa população sejam discutidas com seus representantes. A reunião, que contou com a presença do Procurador-Chefe da União no Paraná, Sandro Souza Schwinden, durou pouco mais de duas horas e foi marcada pelo diálogo pacífico entre as partes.

Ao longo da conversa, a falta de repasses para o pagamento das empresas conveniadas à Casa de Saúde Indígena (CASAI) também foi pauta da reunião. Em Curitiba, cerca de 35 funcionários estão há dois meses sem receber salários. Articulada pelo deputado estadual Goura (PDT), uma audiência com o Ministério Público do Trabalho acontece nessa terça-feira, às 17h30.

A AGU reconheceu a legitimidade do movimento, e se comprometeu a procurar abrir um canal de comunicação com o Ministério da Saúde. O órgão também solicitou a elaboração de um documento para a formalização das exigências, permitindo que o trâmite passe às instâncias maiores. Embora o encontro tenha terminado sem um consenso, ambas as partes se declaram satisfeitas com a abertura para o diálogo.

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