Metade das escolas de Curitiba aderiu à greve

Sindicalistas afirmam que adesão foi de 80% em todo o Paraná

Governo e sindicalistas divergem, mas alunos das escolas estaduais do Paraná sentiram, nesta terça-feira (25), os reflexos do primeiro dia da greve dos servidores públicos. Em Curitiba, segundo a Secretaria Estadual de Educação (Seed), 47% das 163 escolas estaduais aderiram parcialmente à paralisação. A adesão total se deu em 2,4% das instituições. Na Região Metropolitana, 20% das 250 escolas estaduais aderiram parcialmente ao movimento e 10% pararam totalmente. Já para a APP-Sindicato, o número de instituições envolvidas na greve chegou a 80% em todo o Paraná.

“No período da tarde, a Secretaria registrou adesão total à paralisação em 3,4% das 2.143 escolas estaduais, e adesão parcial à paralisação em 35% das 2.143 escolas estaduais do Paraná. Lembrando que adesão parcial considera a ausência de professores e demais servidores administrativos e não significa, portanto, que os alunos ficaram sem atendimento”, informou em nota a Seed.

“Os educadores estão sofrendo na pele os efeitos de quatro anos de congelamento dos salários e também os ataques e perseguições da Secretaria da Educação. Temos um governo que se diz novo, porém o clima nas escolas piorou. Com isso, mais gente deve aderir ao movimento nos próximos dias”, acredita Hermes Leão, presidente da APP-Sindicato.

Concentração da greve está na Praça Nossa Senhora da Salete, no Centro Cívico. Foto: Giorgia Prates/Plural

A paralisação, que tem o apoio de 28 categorias e envolve 220 mil servidores, foi iniciada hoje e não deve ser suspensa enquanto o governo não apresentar uma proposta de acordo com os trabalhadores, que pedem a reposição da data-base. “Em março, nos reunimos com o governo que ficou de apresentar proposta em 30 dias, o que não ocorreu. Em 29 de abril realizamos uma grande paralisação e o vice-governador assumiu compromisso de estabelecer diálogo e construir uma solução conjunta para o problema. Até o momento, o governo não apresentou qualquer proposta, por isso iniciamos a greve”, ressaltou Marlei Fernandes de Carvalho da coordenação do Fórum dos Servidores (FES).

Em resposta, o governo disse ao Plural que “segue aberto ao diálogo com o conjunto dos servidores do Estado e aguarda o fim da manifestação iniciada para a retomada das conversações sobre questões relativas à folha salarial do funcionalismo”.

Agenda da greve

A maior concentração das categorias nesta quarta (26) deve voltar a acontecer no Centro Cívico, em frente ao Palácio Iguaçu, a partir das 9h. Um debate sobre a Reforma da Previdência está previsto no local para às 10h. Reunião de negociação com o governo é esperada para às 11h.

A tarde, um ato em defesa do serviço público está marcado para às 15h, em frente à sede da Secretaria da Fazenda (Av. Vicente Machado, 445 – Centro). Logo depois, os grevistas seguem em passeata até a Boca Maldita. A organização prevê, para esta quarta-feira, a participação de dirigentes da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).

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