Kit de diagnóstico do coronavírus é desenvolvido no Paraná

Kits entregues ao Ministério da Saúde serão distribuídos a laboratórios em todo território nacional

Você talvez já os tenha visto por aí, aqueles pequenos recipientes sendo manuseados em laboratórios por todo o país, com uma etiqueta afixada, identificando “Kit”. No caso dos kits de diagnóstico molecular do novo coronavírus, parte do desenvolvimento da tecnologia foi feita aqui – em terras paranaenses.

Por meio da parceria entre o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio-Manguinhos e o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), os kits que ajudam a diagnosticar a Covid-19 tiveram sua versão nacional criada em pouco menos de um mês.

Criado em 1999, por meio de um consórcio entre o Governo do Estado do Paraná e a Fundação Oswaldo Cruz, o IBMP é uma instituição privada sem fins lucrativos, que atua no desenvolvimento e produção de soluções para a saúde pública. Ligada à Fiocruz, a instituição funciona dentro do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) e conta com representasse do Governado Estado e da própria Fiocruz em seu conselho de administração.

Instituto de Biologia Molecular do Paraná tem sede dentro do Tecpar. Foto: Geraldo Bubniak/AEN

“Esse diagnóstico é uma série de reagentes que são misturados, com a amostra do paciente, para – colocando em um equipamento – permitir a detecção”, explica de forma simplificada o gerente de desenvolvimento tecnológico do IBMP, Fabrício Marchini.

Embora possa parecer simples, o trabalho até chegar ao conjunto ideal de reagentes é bem exigente em termos de precisão e sensibilidade. É preciso que a avaliação dos pesquisadores aponte quais, como e quanto de cada insumo compõem a melhor opção de detecção para um tipo específico de vírus. “O kit não pode detectar, por exemplo, uma Influenza A ou B, que também estão circulando por aí e são infecções respiratórias”, ressalta.

A pesquisa teve início em janeiro, após um reunião convocada pelo Ministério da Saúde na última semana do mês. Sem o vírus circulando pelo Brasil, os pesquisadores começaram olhando para como outros países estavam diagnosticando a doença, para só então importar insumos e dar início às análises.

O desenvolvimento tecnológico do kit foi finalizado na última semana de fevereiro, menos de um mês mais tarde. “Foi muito rápido, normalmente temos esse trabalho ao longo de meses, às vezes mais de anos”, diz Marchini. O resultado rápido, de acordo com o gerente, só foi possível graças à dedicação da equipe do IBMP em diferentes turnos.

Entre os trabalhos de destaque do instituto estão o desenvolvimento do kit para diagnóstico molecular ZDC, usado para confirmar casos de zika, dos quatro tipos de dengue, e de Chikungunya; e de outro kit que serve para o diagnóstico de febre amarela.

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