Em recuperação judicial desde dezembro de 2019, o Grupo Bitcoin Banco, de Curitiba ainda não explicou as operações de transferência dos Bitcoins (BTC) e as movimentações de wallets, que resultaram em dívidas de R$ 606 milhões com clientes do banco de moedas virtuais.
A assessoria empresarial que administra o grupo judicialmente afirma, nos autos, que em dezembro de 2019 foram constatados R$ 285 milhões disponíveis na wallet (carteira) do banco. Na ocasião, ficou definido que seria apresentada mensalmente a prestação de contas sobre a movimentação do dinheiro. No entanto, desde janeiro de 2020, os extratos analíticos das criptomoedas não foram expostos.
Com saldo de 7.000,99930646 BTC (R$ 285 milhões), “foi constatado que as recuperandas efetuaram a movimentação daqueles BTC para outras chaves, restando somente o saldo de 0,000006 BTC”.
De acordo com a administradora, durante a última reunião, em 23 de abril, o grupo não apresentou o detalhamento de wallets nem o histórico da movimentação, “não sendo possível afirmar que as wallets de destino são de fato de titularidade/propriedade do Grupo Bitcoin Banco”.
Além de dever aos clientes (alguns investigados por envolvimento no sequestro de familiares do principal acionista do banco), o grupo deve R$ 1,1 milhão a funcionários e colaboradores. Somente entre novembro e fevereiro, foram 58 demissões sem a correta rescisão salarial.
Os representantes do Grupo Bitcoin Banco não foram localizados pela reportagem para comentar o assunto.
É assinante do Plural? Você pode acessar a coleção de dados sobre o tema da equipe Plural. É só clicar aqui.
Não é assinante? Dê de presente para a cidade o melhor jornalismo de Curitiba. Custa só R$ 15. Assine já.