Agências bancárias no centro de Curitiba amanheceram fechadas. Foto: Giorgia Prates
O dia de greve geral contra a Reforma da Previdência começou com paralisação de escolas, creches e diversos outros serviçoes em Curitiba. O sindicato afirma que 60% dos servidores da educação estadual aderiram à greve – número bem diferente do apresentado pelo governo.
Também houve forte mobilização dos sindicatos para paralisar os ônibus de Curitiba e bloquear estradas de saída da capital. Desde às 5h, manifestantes fecharam garagens de ônibus para impedir a saída dos coletivos na Grande Curitiba (veja abaixo).
Às 10 horas, o governo recebeu os sindicatos do funcionalismo e perdeu a última oportunidade para negociar uma reposição salarial antes do início da greve marcada pelas categorias para o dia 25. O vice-governador, Darci Piana (PSD), apareceu de mãos vazias no encontro.
Educação
A APP-Sindicato, que representa professores e funcionários das escolas da rede estadual, afirma que a greve afetou total ou parcialmente 80% dos 2,2 mil colégios do estado. A estimativa do sindicato é de 60% dos educadores tenham aderido à manifestação.
Os números oferecidos pelo governo do Paraná são bem diferentes. A Secretaria da Educação afirma que a paralisação afetou, parcial ou totalmente, 14% das escolas. Segundo o balanço oficial, foram registradas pela manhã a falta de 6 mil servidores, entre professores e demais funcionários.
Segundo a prefeitura, em Curitiba apenas 10% das escolas e Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) aderiram à paralisação desta sexta-feira. Nesta manhã, são 39 escolas e cinco CMEIs com atividades paralisadas, entre as 406 unidades da rede municipal de ensino.
Vários outros serviços também foram fechados com a adesão de outros sindicatos. Os bancos estão fechados nesta sexta, assim como os Correios. Os petroleiros também fizeram manifestações, que acabaram com um ferido em frente à Repar. O homem levou um tiro de bala de borracha.
Ônibus e estradas
Segundo a prefeitura de Curitiba, pelo menos metade da frota não circulou logo cedo. As BRs 277 (no Jardim das Américas), 376 (na CIC) e PR-476 (Araucária) foram totalmente interditadas por trabalhadores. A última garagem só foi desbloqueada perto de 9h45. O prefeito Rafael Greca (DEM) acusou as centrais sindicais de “banditismo” e de ter “sequestrado” dois ônibus. Também ameaçou com falta e punição os professores que não derem aula durante a greve.
Os motoristas e cobradores de Curitiba decidiram em assembleias durante a semana que não iriam participar da greve geral. O Sindimoc, sindicato que representa as categorias, fez o anúncio oficial nesta quinta. Porém, as centrais sindicais, como CUT e Força Sindical, tomaram a frente e impediram a circulação dos coletivos.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), as estradas da região de Curitiba já foram completamente desbloqueadas.
Ato no Centro
Centrais sindicais, trabalhadores e estudantes já começam a se mobilizar no centro de Curitiba para o grande ato de protesto desta sexta. A manifestação acontece, pela manhã, em frente ao Palácio Iguaçu, no Centro Cívico, e à tarde, na Praça Santos Andrade, em frente à UFPR.
A greve é contra a Reforma da Previdência, do governo Bolsonaro, contra os cortes nas Universidades Públicas, pelo aumento de salários dos servidores públicos e por mais empregos.
Segundo a APP-Sindicato, os protestos no interior reuniram milhares de pessoas. Em Maringá, mais de 5 mil pessoas teriam às ruas e em Cascavel mais de 10 mil pessoas participaram do ato da greve geral. Londrina, no norte do estado, reuniu milhares de pessoas no centro da cidade.
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