Greve fecha bancos, creches e escolas; governo nega reajuste

Manifestantes interditaram as BRs 277, 376 e PR-476, além de garagens de empresas para impedir saída de coletivos. Metade da frota não circulou logo cedo

Agências bancárias no centro de Curitiba amanheceram fechadas. Foto: Giorgia Prates

O dia de greve geral contra a Reforma da Previdência começou com paralisação de escolas, creches e diversos outros serviçoes em Curitiba. O sindicato afirma que 60% dos servidores da educação estadual aderiram à greve – número bem diferente do apresentado pelo governo.

Também houve forte mobilização dos sindicatos para paralisar os ônibus de Curitiba e bloquear estradas de saída da capital. Desde às 5h, manifestantes fecharam garagens de ônibus para impedir a saída dos coletivos na Grande Curitiba (veja abaixo).

Às 10 horas, o governo recebeu os sindicatos do funcionalismo e perdeu a última oportunidade para negociar uma reposição salarial antes do início da greve marcada pelas categorias para o dia 25. O vice-governador, Darci Piana (PSD), apareceu de mãos vazias no encontro.

Educação

A APP-Sindicato, que representa professores e funcionários das escolas da rede estadual, afirma que a greve afetou total ou parcialmente 80% dos 2,2 mil colégios do estado. A estimativa do sindicato é de 60% dos educadores tenham aderido à manifestação.

Os números oferecidos pelo governo do Paraná são bem diferentes. A Secretaria da Educação afirma que a paralisação afetou, parcial ou totalmente, 14% das escolas. Segundo o balanço oficial, foram registradas pela manhã a falta de 6 mil servidores, entre professores e demais funcionários.

Segundo a prefeitura, em Curitiba apenas 10% das escolas e Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) aderiram à paralisação desta sexta-feira. Nesta manhã, são 39 escolas e cinco CMEIs com atividades paralisadas, entre as 406 unidades da rede municipal de ensino.

Vários outros serviços também foram fechados com a adesão de outros sindicatos. Os bancos estão fechados nesta sexta, assim como os Correios. Os petroleiros também fizeram manifestações, que acabaram com um ferido em frente à Repar. O homem levou um tiro de bala de borracha.

Ônibus e estradas

Segundo a prefeitura de Curitiba, pelo menos metade da frota não circulou logo cedo. As BRs 277 (no Jardim das Américas), 376 (na CIC) e PR-476 (Araucária) foram totalmente interditadas por trabalhadores. A última garagem só foi desbloqueada perto de 9h45. O prefeito Rafael Greca (DEM) acusou as centrais sindicais de “banditismo” e de ter “sequestrado” dois ônibus. Também ameaçou com falta e punição os professores que não derem aula durante a greve.

Os motoristas e cobradores de Curitiba decidiram em assembleias durante a semana que não iriam participar da greve geral. O Sindimoc, sindicato que representa as categorias, fez o anúncio oficial nesta quinta. Porém, as centrais sindicais, como CUT e Força Sindical, tomaram a frente e impediram a circulação dos coletivos.

Estação-tubo fechada e sem cobrador. Foto: Giorgia Prates/Plural.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), as estradas da região de Curitiba já foram completamente desbloqueadas.

Ato no Centro

Agências bancárias do centro de Curitiba amanheceram fechadas. Foto: Giorgia Prates

Centrais sindicais, trabalhadores e estudantes já começam a se mobilizar no centro de Curitiba para o grande ato de protesto desta sexta. A manifestação acontece, pela manhã, em frente ao Palácio Iguaçu, no Centro Cívico, e à tarde, na Praça Santos Andrade, em frente à UFPR.

A greve é contra a Reforma da Previdência, do governo Bolsonaro, contra os cortes nas Universidades Públicas, pelo aumento de salários dos servidores públicos e por mais empregos.

Segundo a APP-Sindicato, os protestos no interior reuniram milhares de pessoas. Em Maringá, mais de 5 mil pessoas teriam às ruas e em Cascavel mais de 10 mil pessoas participaram do ato da greve geral. Londrina, no norte do estado, reuniu milhares de pessoas no centro da cidade.

Acompanhe mais informações em breve, aqui no Plural.

Leia mais no Plural:

https://www.plural.jor.br/moro-autoriza-uso-da-forca-nacional-em-greve-geral/

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