Após 27 dias em greve, motoristas e trabalhadores do transporte público urbano de Paranaguá encerraram a paralisação. Um dia depois, na quarta-feira (10), os vereadores aprovaram, em regime de urgência, um projeto da Prefeitura que libera mensalmente R$226,8 mil como subsídio para empresa de ônibus responsável pelo transporte urbano do Município.
A paralisação dos trabalhadores teve iniciou no dia 14 de janeiro, motivada pela falta de pagamento de salários, horas extras e falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). A frota foi cortada pela metade, com apenas dez ônibus circulando, com horários de domingo e sem cobrar a tarifa municipal, de R$ 3,70. Hoje (12), toda a frota volta a circular normalmente.
Josiel Veiga, presidente do Sindicato dos Condutores de Veículos Rodoviários e Anexos de Paranaguá (SINDICAP), esclarece que todas as solicitações foram atendidas pela Viação Rocio, empresa responsável pelo transporte público da cidade. “Os salários atrasados do mês de dezembro foram pagos e mais 25% do adiantamento de janeiro também. Os salários do mês de janeiro foram pagos totalmente. Tudo que o trabalhador lutou para conseguir, obteve a vitória. A categoria está muito feliz e confiante no sindicato. Isso é o mais importante para nós, sindicalistas que representamos a categoria.”
Por meio de nota, a Prefeitura de Paranaguá anunciou a retomada das atividades da Viação Rocio e suspendeu o serviço de veículos alternativos, criado para auxiliar na locomoção dos passageiros pela cidade. “Apenas estão mantidos os serviços de transporte de passageiros previstos em leis anteriores e que já atuavam no município, como taxistas e motoristas de aplicativos.”
A Prefeitura, que realizou auditoria na Viação Rocio, aceitou pagar subsídio para a empresa. O projeto de lei foi votado em regime de urgência na quarta-feira (10), pela Câmara Municipal de Paranaguá. Com a aprovação do texto, o Poder Executivo poderá enviar o valor máximo mensal de R$ 226.849,72, “para a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão do serviço de transporte coletivo urbano de Paranaguá, em virtude dos impactos econômicos e sociais à prestação do serviço, decorrentes da pandemia da Covid-19”.
A justificativa da Rocio em pedir o subsídio seria a queda de faturamento das passagens, por conta da pandemia de coronavírus. A Prefeitura diz que o valor equivalerá mensalmente à diferença entre o custo da operação e a receita auferida pela empresa, sendo necessária apresentação de um documento da Concessionária ao Município. “A receita diária proveniente da utilização do transporte coletivo será deduzida do montante a ser repassado pelo Município à Concessionária”.
Nas redes sociais, usuários do transporte público da cidade celebraram o fim da greve, mas criticaram a postura da Prefeitura em retirar os veículos alternativos. “Deveria deixar, pois ajuda muito o transporte”, relata uma passageira. Outra vai mais além, dizendo que o transporte alternativo aliviaria o número de passageiros nos ônibus. “Já até começaram os ônibus lotados de novo…”
Colaborou: Matheus Koga
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