Governo irrita sindicatos ao dizer que houve “aumento” de salários

Cálculo da gestão Ratinho confunde propositalmente promoções conquistadas com aumento

O governo do Paraná, num movimento para tentar conquistar a opinião pública, divulgou nesta terça-feira (24), véspera da greve geral do funcionalismo, um texto em que apresenta supostos “aumentos” nos salários dos servidores públicos nos últimos anos. O texto causou irritação nos sindicatos, que acusam o Executivo de manipular dados e mentir sobre a situação salarial das categorias.

A conta do governo aponta que algumas categorias tiveram “aumentos” no salário médio de até 33%. No entanto, trata-se meramente de um acúmulo vegetativo causado por progressões e promoções que estavam represadas durante boa parte do governo de Beto Richa (PSDB). Quando os pagamentos foram retomados, em 2017, os servidores passaram a reaver benefícios que já lhes eram devidos há muito tempo.

Nenhuma categoria recebeu aumento real no período anunciado pelo governo, ao contrário do que insinua o título do texto do governo – publicado na agência oficial para uso de jornais, especialmente no interior. Desde 2016, os salários estão congelados, apesar de um reajuste de 10% estar previsto até mesmo em lei para 2017.

Segundo o governo, um exemplo de avanço seriam os professores da rede estadual de ensino. “Os cerca de 60 mil professores do quadro próprio do Estado tiveram um aumento de 16,9% no salário médio, que passou de R$ 4.460,00 para R$ 5.215,00”, afirma o texto.

“A verdade é que o governo deve aos(às) servidores(as) 17% de data-base dos últimos quase quatro anos”, respondeu a APP-Sindicato em nota. “A verdade é que o governador Ratinho Júnior prometeu em campanha negociar com os(as) servidores(as) e restabelecer o cumprimento da lei pelos seus quatro anos de mandato.”

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