Os funcionários públicos estaduais prometem promover um ato em Curitiba nesta terça-feira (21) para cobrar recomposição salarial e reivindicar isenção de desconto previdenciário para aposentados que recebem abaixo do teto. O protesto está marcado para as 9 horas, na praça 19 de Dezembro.
De acordo com a APP-Sindicato, que representa trabalhadores da educação, as escolas públicas estaduais não devem funcionar por 24 horas, por conta da greve aprovada em assembleia no mês passado. O sindicato alega que as perdas salariais dos funcionários são superiores a 36%.
Por causa do período eleitoral, o prazo para a recomposição das perdas inflacionárias dos últimos 12 meses é 1º de julho.
Os educadores também vão protestar contra as provas periódicas dos processos seletivos simplificados, os PSSs, para quem já trabalha no estado.
A bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) na Assembleia Legislativa (Alep) pediu para que o governo do Paraná revisse o edital de PSS, publicado pela Secretaria de Estado da Educação para o ano de 2023. Entre outros apontamentos, os parlamentares chamaram atenção para a cobrança de taxa de inscrição e exigência de um vídeo para quem está pleiteando aulas.
Durante o ano letivo de 2023, a Seed pretende contratar cerca de 20 mil professores pelo PSS em todo Estado.
Servidores da área da saúde endossam o protesto desta terça. De acordo com o SindiSaúde, “desde 2016 os salários do funcionalismo público do Paraná não recebem o reajuste integral da inflação. Durante esses anos, servidores tiveram 2% de reajuste em 2020 e 3% de reajuste em 2022”, criticou, em nota, o sindicato.
As categorias também cobram a isenção do desconto previdenciário para aposentados que recebem abaixo do teto do INSS.
Economia
No início do mês, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 0,47% em maio.
Com o resultado, o IPCA acumula taxa de 4,78% no ano e, nos últimos doze meses, o acumulado chega a 11,73%, pelo 9º mês consecutivo acima dos 10%.
Protestos
Em fevereiro deste ano, um grupo de policiais militares montou acampamento em frente à sede do governo, em Curitiba, para cobrar reestruturação e reposição salarial. Somente no fim do mês de março o governador Ratinho Jr. (PSD) enviou à Alep a proposta, que teve aumento nominal de R$ 1.010 para soldados, embora isso não tenha agradado toda a categoria.
Policiais Civis também se mobilizaram em diversas cidades do Paraná, desde o início do ano, cobrando melhorias para a categoria. Em um dos atos ocorrido em Curitiba, Ratinho Jr. acionou a tropa de choque da Polícia Militar para dissuadir os manifestantes e classificou o ato como “tumulto”.
No último dia 29 de abril, a APP-Sindicato promoveu uma caminhada pelas principais ruas de Curitiba para lembrar os sete anos do chamado “Massacre do Centro Cívico”, quando 200 educadores ficaram feridos durante um protesto contra o então governador Beto Richa (PSDB).