Forças de segurança fazem buzinaço na greve por reposição salarial

Ratinho deve apresentar nova proposta de acordo nesta terça-feira

Policiais civis, peritos, agentes penitenciários e familiares de policiais militares e bombeiros reforçaram a greve dos servidores públicos paranaenses nesta segunda-feira (8/7). O protesto veio com muito barulho pelas ruas de Curitiba, que ouviram o buzinaço das forças de segurança. Os manifestantes saíram em carreata do Bom Retiro e seguiram até o Centro Cívico, em frente ao Palácio Iguaçu, onde professores estão acampados desde o dia primeiro de julho. O movimento pede pela reposição salarial das categorias e deve pressionar o governo Ratinho Jr. (PSD) a apresentar uma nova proposta de acordo para o fim da greve, que já se estende por três semanas.

O ato de hoje foi organizado por 12 entidades representativas dos trabalhadores das forças de segurança do Paraná. São eles: Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), Sindicato dos Delegados da Polícia Civil do PR (Sidepol/PR), Sindicato das Classes Policiais do Paraná (Sinclapol), Sindicato dos Policiais Civis de Londrina e Região (Sindipol), Associação da Vila Militar (AVM), Sindicato dos Peritos Oficiais e Auxiliares do PR (Sinpoapar), Associação de Praças do Estado do Paraná (Apra), Associação dos Delegados de Polícia do Estado (Adepol/PR), União Polícia Civil (UPC), Associação dos Policiais Militares (AMAI), Associação dos Oficiais Policiais e Bombeiros Militares do Estado do Paraná (Assofepar) e União das Polícias do Brasil-Paraná (UPB/PR).

Buzinaço: carreata saiu do Bom Retiro e chegou ao Centro Cívico. Foto: Sindarspen

“A carreata foi apenas um aquecimento para o grande ato de amanhã. Hoje fomos os policiais, delegados, peritos, agentes penitenciários, as famílias dos policiais militares e amanhã seremos todas as categorias que fazem o serviço público no Paraná. Estamos todos unificados na luta pela reposição das nossas perdas salariais. Nem os servidores da segurança, nem os professores, ninguém vai aceitar ficar mais um ano sem a reposição da inflação. O governo precisa respeitar esse direito, que é constitucional”, destaca Ricardo Miranda, presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen).

Nova tentativa de acordo

Sem querer negociar com os sindicatos, Ratinho chamou a imprensa na semana passada para anunciar o parcelamento de 5,09% da data-base, mas parcelados até 2020 e condicionados ao fim da licença-prêmio. A proposta foi considerada “grave” pelos trabalhadores, que não aceitaram. Na manhã desta segunda-feira (8/7), uma nova reunião com o comando de greve e representantes do Executivo tentou avançar nas negociações, mas sem sucesso. “Não chegamos ainda em um meio termo. Os servidores continuam reivindicando os 4,94% e o governo diz que tem uma proposta alternativa”, diz Marlei Fernandes, coordenadora do Fórum das Entidades Sindicais (FES).

Reunião com o governo: sem meio termo. Foto: APP-Sindicato

Segundo Marlei, após a reunião, o governo se comprometeu a sentar novamente com os sindicatos para debater os números e apresentar uma nova proposta, além da pauta específica da Educação. O encontro deve acontecer na terça-feira (9/7), no Palácio Iguaçu. “A nossa greve continua e precisamos estar em Curitiba, na tenda, e o interior construir as caravanas para chegar em Curitiba no grande ato”, enfatiza a sindicalista.

O novo protesto unificado das categorias está marcado para às 9h de amanhã (9/7), na Praça 19 de Dezembro, na região central da cidade. Os trabalhadores seguem em passeata até o Palácio Iguaçu, onde, às 11h, acontece nova reunião de negociação com o Executivo.

“A nossa greve está crescendo a cada dia. Os servidores estão indignados com a forma como o governador tem nos tratado e precarizado os serviços públicos. Dia nove voltaremos às ruas para exigir o que é nosso por direito e, mais uma vez, defender serviço público de qualidade para todo o povo paranaense”, adianta o presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Silva Leão.

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