Um dos maiores eventos de fomento a práticas agroecológicas do Brasil será realizado novamente em Curitiba. Pelo segundo ano, a capital do Paraná recebe a Feira da Jornada de Agroecologia, que deve reunir 100 grupos de produtores na praça Santos Andrade, entre os dias 29 de agosto e 1º de setembro. Serão ofertados produtos orgânicos, convencionais e da economia solidária, organizados por cooperativas da reforma agrária do sul do Brasil.
Mudas crioulas, sementes, pratos típicos, aguardentes, livros, frutas e verduras sem agrotóxicos farão parte da diversidade de produções da Feira da Agrobiodiversidade Camponesa e Popular e Culinária da Terra. Ela reunirá 100 coletivos de produtores e 21 cooperativas paranaenses, a cooperativa central da reforma agrária do Rio Grande do Sul, a cooperativa central da reforma agrária de Santa Catarina, 15 grupos quilombolas, indígenas e da agricultura familiar em geral e 20 empreendimentos da economia solidária.
A atividade faz parte da 18ª edição da Jornada de Agroecologia e é organizada por 70 entidades, entre elas Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), setores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Terra de Direitos e Centro de Formação Urbano Rural Irmã Araújo (Cefuria).
Cristiano Czycza, que integra a organização da feira e o MST, conta que a ideia é trazer para o espaço a troca de conhecimento entre consumidores e produtores de comida saudável. “Nas jornadas de agroecologia, a gente vem discutindo a necessidade de diálogo com a sociedade, com o público consumidor que está nas cidades, além de precisarmos ampliar os espaços de comercialização”, diz.
As vantagens, segundo ele, vêm para os dois lados, já que os consumidores podem comprar direto do produtor e este, sem atravessador, pode ofertar preços melhores. “Isso possibilita manter a produção de alimentos saudáveis e o consumidor saber que tipo de alimento está comendo, o que é importante neste momento em que tantos agrotóxicos estão sendo liberados”, avalia.
Atrações da Jornada
Realizada entre os dias 29 de agosto a 1º de setembro, a 18ª Jornada da Agroecologia acontece de forma simultânea na Praça Santos Andrade, na Reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e na Boca Maldita.
Entre as atrações confirmadas no palco que será montado em frente ao prédio histórico da UFPR, na Santos Andrade, estão o cantor Odair José, a escola de samba curitibana Leões da Mocidade e o grupo de fandango caiçara Mandicuera, da Ilha de Valadares. Os artistas Fábio Assunção e Guta Stresser estarão presentes.
No Teatro da Reitoria será realiza a abertura do evento no dia 29, às 18h. O palco também receberá conferências e seminários. Já o pátio da Reitoria apresentará o Museu Popular da Jornada, chamado de ‘Túnel do Tempo’. Organizado por estudantes e professores de escolas do campo, o trabalho apresentará, por diferentes linguagens e de forma interativa, a ‘História da luta pela terra e a construção da soberania popular no Brasil’. O Museu Popular tem ainda o objetivo de reunir estudantes do campo e da cidade.
Na Boca Maldita, o espaço ‘Conhecimento em Movimento: na rua pela educação pública’ irá expor projetos de pesquisa e extensão de universidade públicas, com palestras, oficinas e lançamento de livros.
Haverá ainda uma campanha de arrecadação para viabilizar a edição deste ano. As doações serão por meio de um financiamento coletivo online. As doações são a partir de R$ 25 e entre as recompensas estão alimentos agroecológicos. Confira a programação completa da jornada.
Sobre o/a autor/a
