O superintendente de Gestão Ambiental da Itaipu Binacional, Ariel Scheffer, criticou na manhã desta segunda-feira (13) o projeto de reabertura da Estrada do Colono no Parque Nacional de Iguaçu, no Oeste do Paraná.
“Se fosse feita nos moldes de estradas tradicionais, eu acho que é um retrocesso bastante grande porque as estradas são grandes problemas para a fauna, têm muito atropelamento, então causam impactos”, afirmou o executivo.
Questionado pelo Plural, durante o Simpósio Global de Soluções Sustentáveis em Água e Energia, promovido pela Itaipu, em Foz do Iguaçu, o executivo disse que “tem formas de fazer isso que afete menos, mas o custo financeiro é muito alto, então é uma decisão final de governo. “Tem que fazer uma engenharia muito estruturada para que não haja essa questão de cortar conectividade do próprio parque e não tenha atropelamentos”, acrescentou.
A Estrada do Colono, que liga Capanema e Serranópolis, cidades que somam 28 mil habitantes, foi fechada em 2001 e hoje está completamente coberta pela Mata Atlântica.
Em abril de 2020, o Supremo Tribunal Federal (STF) negou o último recurso judicial que partiu de 16 municípios no entorno do Parque para a abertura da estrada. A decisão colocou um ponto final na tentativa de restabelecer o trânsito de veículos na antiga via que ligava o Oeste e o Sudoeste do estado.
Contudo, dois projetos de lei em tramitação no Congresso tentam ressuscitar a rodovia de 18 quilômetros de extensão sob o nome de Estrada-Parque. Caso seja criada, a categoria de Estrada-Parque pode ser replicada em outras Unidades de Conservação do Brasil, colocando em risco a biodiversidade florestal, incluindo espécies ameaçadas de extinção.
“Temos uma parceria muito forte com a região, a gente acredita que a questão da Estrada do Colono é uma questão que na Justiça ainda não foi definida e a Itaipu não tem ingerência sobre os legisladores. Enquanto a legislação for esta nós não temos nenhum tipo de colaboração”, disse Scheffer.
O superintendente reforçou que a Itaipu atua para a preservação do meio ambiente com diversos projetos de conservação florestal e das águas da bacia do rio Iguaçu. “Graças a Itaipu ganhamos 4% de floresta conectando os ecossistemas e agora temos as onças, os grande predadores transitando por essas áreas, o que mostra que são florestas funcionais com um certo equilíbrio ecossistêmico”, afirmou.