A cada ano, os brasileiros precisam desembolsar mais dinheiro para encher o tanque do carro. Aqui no Paraná, enquanto em setembro de 2015 o preço médio que se pagava na gasolina era de R$ 3,240, seis anos depois o valor passou para R$ 5,767, o que corresponde a uma alta de 77%. Os dados são da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Conforme os levantamentos realizados pela ANP em agosto deste ano, o preço médio da gasolina ultrapassou a marca dos R$ 6 pela primeira vez em duas cidades do Paraná (Arapongas e Apucarana). Só em 2021, o estado teve um aumento de 32% no valor da gasolina comum, uma vez que no início do ano o preço estava em R$ 4,347.
Preço médio da gasolina no Paraná
Julho | Agosto | Setembro | |
2015 | R$ 3,204 | R$ 3,223 | R$ 3,240 |
2016 | R$ 3,577 | R$ 3,579 | R$ 3,633 |
2017 | R$ 3,464 | R$ 3,771 | R$ 3,853 |
2018 | R$ 4,333 | R$ 4,260 | R$ 4,463 |
2019 | R$ 4,118 | R$ 4,086 | R$ 4,085 |
2020 | R$ 3,959 | R$ 4,035 | Sem dados |
2021 | R$ 5,500 | R$ 5,689 | R$ 5,767 |
Curitiba, que tinha cerca de 1,6 milhão de veículos circulando em 2020, segundo dados do IBGE, apresentou um crescimento nos preços ainda maior que a média do estado. Entre agosto de 2015 (R$ 3,120) e agosto de 2021 (R$ 5,606), o valor médio da gasolina comum subiu em 79%. Como noticiou o Plural, o impacto da escalada dos preços foi tanto que, no último ano, a capital perdeu cerca de 30% dos motoristas de aplicativo.
Preço médio da gasolina em Curitiba
Julho | Agosto | Setembro | |
2015 | R$ 3,065 | R$ 3,120 | R$ 3,163 |
2016 | R$ 3,473 | R$ 3,474 | R$ 3,581 |
2017 | R$ 3,308 | R$ 3,694 | R$ 3,776 |
2018 | R$ 4,233 | R$ 4,130 | R$ 4,328 |
2019 | R$ 3,964 | R$ 3,968 | R$ 3,978 |
2020 | R$ 3,948 | R$ 3,960 | Sem dados |
2021 | R$ 5,352 | R$ 5,606 | Sem dados |
Reajustes
Desde o início deste ano, a Petrobras reajustou o preço do litro da gasolina nove vezes. A última mudança, feita em 11 de agosto, foi um aumento de 3,3% nas refinarias. Se somados todos os valores de 2021, a gasolina teve alta de 51%, enquanto o diesel avançou 40%.
Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, derivados de Petróleo, Gás Natural, Biocombustíveis e lojas de Conveniência do Paraná (Paranapetro), os altos preços são resultado de três principais fatores: os aumentos das refinarias da Petrobras, o reajuste de impostos e as seguidas elevações do preço do etanol nas usinas de cana-de-açúcar.
O Paranapetro explica que, embora o preço do etanol não seja estipulado pela Petrobras, o aumento no valor deste combustível tem um reflexo direto na gasolina. “A gasolina comum vendida no Brasil leva na sua mistura 27% de etanol. Uma lei federal obriga esta mistura, por questões ambientais. Ou seja, quando sobe o etanol, acaba havendo impacto na gasolina – quase um terço da composição da gasolina comum é de etanol.”
“No mercado de combustíveis, os postos representam a última etapa até o produto chegar no consumidor final, e por isso são muito questionados a dar explicações. Mas basta verificar a composição dos preços para ver que a responsabilidade dos aumentos é da Petrobras, usinas e da nossa carga tributária brasileira.
“O Paranapetro vê com grande preocupação a escalada de preços. Os valores altos prejudicam a população e a economia como um todo, pois há reflexo em diversos segmentos. E os postos também sofrem, pois as altas inibem o consumo”, pontua o sindicato.
Reportagem sob orientação de João Frey
Bem feito. Que suba mais, até inviabilizar as carreatas de desocupados.