Restaurantes universitários fechando em julho. Ônibus parando por falta de dinheiro. Insegurança em relação ao vestibular. E a perspectiva de ter pesquisas científicas paralisadas e a universidade sem dinheiro para contas básicas, como água e luz, já em agosto. A situação da Universidade Federal do Paraná (UFPR) é dramática.
Ainda assim, o reitor, Ricardo Marcelo Fonseca, prefere o olhar positivo. Não há como negar o caos que se apresenta, mas ele acredita que “algo terá de ser feito” e que as manifestações de rua, assim como a mobilização de diversas instituições em favor das universidades federais, vão dar resultado.
Em entrevista ao Plural, Ricardo Marcelo falou sobre a situação da UFPR em vários aspectos. Assista a alguns dos principais trechos.
Vídeos de Giorgia Prates. Edição de Fernando Cavazzotti.
Situação atual
Ricardo Marcelo diz que nem um centavo dos R$ 48, 3 milhões bloqueados pelo governo federal voltou à conta da universidade até agora. Ele prevê inúmeras dificuldades para os próximos meses.
Bolsas
Os impactos estudantis também serão sentidos em bolsas de graduação, extensão, iniciação-científica e assistenciais.
Vestibular
Ricardo Marcelo prefere não antecipar o problema e diz que a UFPR fará tudo o que puder para o corte de verbas não afetar o vestibular.
Particulares
Questionado se as universidades particulares saem ganhando com o caos nas públicas, o reitor diz ver espaço pra todas mas destaca a importância das federais e estaduais na pesquisa científica do país.
Gestão
Sobre críticas a gestões e reitores de universidades públicas, Ricardo reforça a exigência legal de transparência nos dados. “Se há um argumento contra uma falta de gestão competente é necessário sair da generalidade e ir especificamente onde estão os problemas”, diz.
Eleição
Outro problema que o reitor prefere não antecipar é a possibilidade já aventada de o atual governo se negar a nomear reitores em função de posicionamento ideológico.
A faixa
Ricardo revela que ficou surpreso com o tom raivoso de alguns apoiadores do governo, que em Curitiba retiraram uma faixa de apoio à Educação do prédio histórico da UFPR.
Apoios
Segundo o reitor, o apoio de políticos e instituições, além da união da própria comunidade interna da UFPR, é um alento nesta hora.