“Desaprovado” em Medicina na UFPR que perdeu vaga em outra universidade entra em 2ª chamada

Dos 440 convocados, apenas 11 deles fazem parte do grupo dos 31 retirados da lista

Lucas Samir Schreder, de 20 anos, não perdeu tempo. Assim que a Universidade Federal do Paraná (UFPR) publicou a chamada complementar do vestibular 2021, na tarde desta quarta-feira (29), organizou toda a documentação exigida para o registro e encaminhou sem dar brechas para mais inconvenientes. Um alívio depois do pesadelo. Ele faz parte do grupo de 31 alunos retirados da primeira lista de aprovados após o Núcleo de Concursos (NC) da instituição corrigir um erro na computação das notas finais. Quase um mês depois, o desfecho veio com notícia boa – ao menos para ele.

“Estou muito feliz que agora foi”, declarou o estudante, que é de Joinville (SC). “Eu não estava mais tanto receito porque acabei passando na UFSC [Federal de Santa Catarina] de Araranguá, também para Medicina. Já foi um alívio enorme, mas claro que minha prioridade era e ainda é a Federal do Paraná”.

O drama de Lucas não foi diferente dos demais prejudicados, mas a revisão na lista final de classificados da UFPR desmanchou ao mesmo tempo as duas oportunidades que ele tinha nas mãos para ser médico. Horas antes do anúncio da reclassificação dos candidatos, ele – certo que iria cursar Medicina no Paraná – havia cancelado registro de matrícula em outra universidade pública, a Universidade Federal do Pampa (Unipampa), no Rio Grande do Sul, onde conseguiu entrar com notas do Enem pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

Agora, mesmo com mais certeza, ainda precisa aguardar a relação nominal dos candidatos com registro acadêmico deferido, que será publicada apenas no próximo dia 8 de outubro. Desta vez, ao noticiar a divulgação da chamada complementar, a UFPR foi mais cautelosa e ressaltou que “somente a convocação não assegura o direito à vaga”.

Só 11 reconvocados

Mas nem todas as histórias terminaram como a de Lucas. De acordo com a UFPR, a convocação divulgada nesta quarta-feira relacionou 440 novos candidatos, e apenas 11 deles fazem parte do grupo dos 31 “desaprovados”.

O problema afetou vagas em sete dos 127 cursos ofertados pela universidade. A maior parte dos prejudicados foi do curso de Medicina. No campus Toledo, para onde agora Schereder, foram quatro substituições. No campus de Curitiba, houve 21 remanejamentos. Houve ainda mudanças em duas vagas de Direito; e uma vaga nos cursos de Odontologia, Fisioterapia, Biomedicina e Medicina Veterinária campus Curitiba.

Com esta nova lista, Medicina de Curitiba continua sendo o mais prejudicado: dos 21 retirados, apenas três entraram. Medicina de Toledo agora tem três alunos reinseridos. De Direito, eram dois estudantes, e um foi chamado. Já Biomedicina, Medicina Veterinária, Fisioterapia e Odontologia tiveram um estudante por curso desclassificados, e todos agora voltaram.

A reviravolta no enredo veio de recursos referentes à prova de produção de textos aceitos, mas que não foram computados nas notas finais de 467 candidatos. O erro só foi descoberto pela universidade após a publicação do resultado oficial. Com a correção, a nota de 31 candidatos subiu o suficiente para classificá-los no quadro total de vagas – empurrando o mesmo total de alunos para fora da lista.

O caso foi parar na Justiça, mas nenhuma decisão favorável aos alunos foi proferida até o momento. Em 15 de setembro, a Justiça Federal do Paraná negou recurso a sete candidatos prejudicados que entraram com ação contra a UFPR. A juíza federal Vera Lúcia Feil Ponciano negou o pedido. Ela argumentou que, sem qualquer elemento que indique má-fé por parte da instituição, o ato administrativo foi legítimo.

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