Curitibana que tirou nota 1.000 na redação do Enem sonha em ser médica e mora no Fazendinha

A média geral de Emily foi 756 pontos no exame

Emily Moraes de Oliveira tem apenas 19 anos e é moradora do bairro Fazendinha, em Curitiba. Ela está entre os dez alunos brasileiros que obtiveram nota máxima na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem): 1.000 pontos.

Desde pequena Emily tem o sonho de se tornar médica. A inspiração veio da mãe, que trabalha no banco de sangue do Hospital do Trabalhador e que contava as histórias dos pacientes para a filha.

A média geral de Emily foi 756 pontos no Enem e ela prestou o vestibular da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

“Acho que cuidar do próximo e ter empatia. É isso que eu acho bonito nessa profissão. Espero que dê certo”, disse ao Plural.

Expectativa x realidade

A primeira redação feita por Emily no Enem foi como treineira, dois anos atrás. A nota foi 580, e isso acendeu um alerta para a estudante, que cursou Ensino Fundamental em escola pública e o Ensino Médio como bolsista no Colégio Sesc São José.

“A Emily sempre foi muito dedicada e essa nota é resultado da dedicação dela. Produção de texto exige paciência tanto do professor quanto do aluno, porque é uma construção tijolo por tijolo”, conta a professora Elianay Zanolla dos Santos, que lecionou produção textual para a estudante.

Embora a rotina tenha sido intensa em 2021 – estudo no período da manhã, trabalho como aprendiz no período da tarde e mais estudo à noite, Emily criou um cronograma próprio e começou a fazer ao menos duas redações por semana.

“Uma delas sempre era sobre atualidade. Eu entrava nos sites de notícias, lia bastante e aí fazia o texto”, conta. Uma dessas notícias abordava a questão do registro civil, justamente o tema proposto na redação do Enem.

Apesar do conhecimento sobre o tema, a aluna chegou a ficar receosa com o resultado. “A nota saiu na quarta, mas eu olhei só na quinta. Na verdade, nem ia olhar porque tinha o vestibular da federal no domingo e para evitar nervosismo ia esperar. Só que não consegui. Quando vi nem acreditei”, comemora.

A professora Luana Gabriela da Silva, que deu aula para Emily no terceiro ano, diz que o texto “campeão” foi bem estruturado e obedeceu aos critérios previstos no Enem. “Os avaliadores gostam quando o texto é rico em dados, cita outras disciplinas, como filosofia e sociologia e é bem organizado”, pontua. (Veja o rascunho do texto abaixo).

O resultado do vestibular da UFPR deve ser divulgado no dia 14 de março e pode ser o início da jornada de universitária da estudante. “Estou preparada. Até falei com a minha chefe, ela ‘entendeu’, disse que eu devo ir fazer [medicina] sim e falou do meu potencial.”

Foto: Arquivo Pessoal

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