Por mais um dia, manifestantes se reuniram na praça Santos Andrade, em Curitiba, para reivindicar a igualdade racial e de direitos, a exemplo do que vem sendo registrado no mundo. A mobilização também criticou o governo de Jair Bolsonaro, como ocorreu em diversas cidades do Brasil, neste domingo (7). Na Capital paranaense, o enorme efetivo policial chamou a atenção. “Queriam tirar até meu álcool em gel”, revelou um dos manifestantes.
Com cartazes e gritos de “Fora Bolsonaro” e “Pra esta guerra acabar, quantos mais têm que morrer?”, os participantes, a maioria jovens, seguiram em passeata, por volta das 17h, até o Centro Cívico.
Na tentativa de evitar vandalismo, como ocorreu no protesto da última segunda-feira (1), a Polícia Militar destacou um grande número de policiais para a operação, preparada detalhadamente durante toda semana.
“Só vi mais PM em 29 de abril [de 2015, quando 200 pessoas ficaram feridas após repressão violenta da polícia, também no Centro Cívico]. Hoje tinha muito, mesmo. Totalmente desproporcional; se prepararam para uma pancadaria muito grande, mas ficou tudo bem”, conta um dos participantes do ato.
No protesto anterior foram 1,2 mil pessoas. Desta vez, eram cerca de 500. A PM cercou ruas e fez revistas, acompanhando todo o percurso. “A polícia veio em peso e cercou tudo. Tinha cavalaria, helicóptero, drone. Revistaram a gente assim que chegamos; queriam tirar até meu álcool em gel”, diz outro manifestante, que preferiu não se identificar.
“Monitoramos tudo desde o começo com aeronaves, cavalaria, policiais à paisana acompanhando os manifestantes e tudo fluiu com tranquilidade e ordem”, destaca o coronel Hudson Teixeira, comandante do 1°CRPM.
“Os encaminhamentos que tivemos foram resultado das abordagens preventivas, para evitar que os manifestantes portassem ilícitos ou objetos que pudessem ser utilizados para machucar outras pessoas durante uma eventual confusão”, ressalta o comandante, informando oito detidos por porte de drogas, um deles com punhal. O número de policiais envolvidos na ação não foi divulgado pela PM.
O último protesto na Capital, no dia primeiro de junho, foi repelido com bombas de gás e tiros com balas de borracha, após alguns jovens depredarem estabelecimentos públicos e privados. Os organizadores repudiaram a ação dos vândalos e reforçaram que não incentivam tais crimes.
“Infelizmente tivemos alguns infiltrados que acabaram manchando o movimento, que era para ter sido pacífico, mas não compactuamos com as depredações”, afirmou a organização do ato.