Curitiba “ganhou” 40 mil novas famílias pobres em 10 anos

Dados do Cadastro Único mostram aumento de 36% no número de famílias cadastradas. Maior aumento foi entre famílias em situação de extrema pobreza

Dados do Cadastro Único do Ministério da Cidadania mostram que desde 2012, Curitiba tem visto aumentar o número de famílias pobres da cidade. O aumento de cadastros na capital foi de 111 mil para 151 mil famílias de fevereiro de 2012 a fevereiro de 2022, um crescimento de 36%. No mesmo período, o IBGE estima que a cidade teve um crescimento populacional de 12%.

Só entre fevereiro de 2021 e fevereiro de 2022, Curitiba “ganhou” mais de 21 mil famílias pobres. Apesar desse aumento, o número de pessoas que recebem o Auxílio Brasil (que entrou no lugar do Bolsa Família) só representou um aumento de 8,5 mil famílias beneficiárias. Em outubro de 2021, quando o Bolsa pagou sua última parcela, Curitiba tinha 41,8 mil famílias beneficiárias. Em abril de 2022 cerca de 50,2 mil famílias receberam o benefício.

E novembro de 2021, o Plural já havia apontado que a fila de famílias que poderiam receber o Auxílio Brasil já era de 12 mil inscritos. Os dados do Cadastro mostram que mesmo com o aumento no número de beneficiários, o déficit permanece, já que o total de famílias em situação de pobreza e extrema pobreza é de mais de 62 mil, enquanto o Auxílio Brasil só está sendo pago para 50 mil famílias.

Cadastro Único

O Cadastro Único é usado pelo Governo Federal para identificar e caracterizar a população pobre do país. A inscrição no Cadastro Único é a porta de entrada para os programas sociais do Governo Federal, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o Auxílio Brasil , que substituiu o Bolsa Família.

As famílias cadastradas são separadas em três grupos:

  • famílias com renda por pessoa inferior a meio salário,
  • famílias com renda por pessoa entre 89,01 reais a 178 reais (pobreza)
  • famílias com renda por pessoa inferior a 89 reais (extrema pobreza)

Segundo dados do Ministério da Cidadania, entre estes três grupos, o maior aumento foi de famílias em situação de extrema pobreza: o total dobrou de 2013 (último dado disponível) até fevereiro de 2022. Só entre 2021 e 2022 o aumento foi de 36%, de 34 para 46 mil famílias.

Entre as famílias em situação de pobreza houve redução de 32% de 2013 a 2022 e aumento de 21% entre 2021 e 2022. Já o número de famílias com renda por pessoa de até meio salário mínimo foi de 87 mil para 106 mil em um ano e no acumulado de dez anos, o aumento foi de 29%.

No mesmo período, o número de pessoas por família cadastrada caiu de 3 para 2.

Sobre o/a autor/a

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O Plural se reserva o direito de não publicar comentários de baixo calão, que agridam a honra das pessoas ou que não respeitem níveis mínimos de civilidade. Os comentários são moderados por pessoas e não são publicados imediatamente.

Rolar para cima