Curitiba e região lideram índices de inflação em 2021

IPCA na RMC bateu em 12,73%

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mais importante medidor da inflação no Brasil, encerrou 2021 em alta de 10,06%. O dado foi divulgado pelo IBGE ontem (11) e mostra que dezembro fechou com um aumento de 0,73%. O pior mês foi outubro, que registrou alta de 1,25%. O índice total em 2020 havia sido de 4,52%.

Com o registro de 10,06%, 2021 se tornou o ano mais inflacionário desde 2015, e o quarto maior índice desde 1994, na criação do Plano Real. O IBGE também divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que abrange uma faixa de renda menor, de 1 a 5 salários mínimos, enquanto o IPCA trabalha entre 0 e 40.

Mesmo tendo o menor índice de dezembro (0,29%), Curitiba e região metropolitana tiveram a maior variação dos índices regionais do IPCA, com 12,73%, muito por conta da alta de 51,78% nos preços da gasolina. Curitiba também lidera o INPC, com 12,84%. 

A capital também teve o maior aumento do preço da cesta básica no mês de dezembro, entre todas as capitais do país (16,3%). Em três anos, o preço aumentou em 50%. Produtos como o café, o açúcar e a farinha de trigo tiveram alta muito grande durante 2021. Aqui no Plural, você pôde acompanhar o aumento dos preços de alimentos, por meio do Mercado Bolsocaro, que comparou o preço médio de produtos na capital entre março de 2018 e outubro de 2021. 

O aumento do índice se deve a grupos de produtos e serviços, que fecharam em alta. O maior responsável, Transportes, saltou de 1,03% em 2020 para 21,03% em 2021. O principal fator foi a alta dos combustíveis. A gasolina subiu 47,49%, enquanto o diesel teve alta de 46,04% e o etanol fechou 62,23% mais caro. 

Em seguida, o grupo de Habitação, principalmente por conta do aumento na energia elétrica, botijão de gás e da crise hídrica no país. O grupo fechou o ano com inflação de 13,05%. Na sequência, o grupo de Alimentação e Bebidas teve índice de 7,94%, e sofreu uma queda se comparado ao índice de 2020, que marcou 14,09%. Mesmo assim, os três grupos juntos foram responsáveis por cerca de 79% do IPCA de 2021.

“Salário mínimo deveria ter acompanhado o índice”

Leide Albergoni, economista e professora da Universidade Positivo, explica que o salário mínimo acompanha a inflação do INPC. “O índice fechou o ano em alta de 10,16%. O reajuste do salário mínimo foi de 10,04%, que foi uma previsão feita no final do ano sobre quanto fecharia o INPC, mas a inflação ficou um pouco acima. Não existe um índice de inflação para pessoas que vivem com um salário mínimo, que são uma quantidade bem significativa de brasileiros. Teria que ter uma correção no salário para acompanhar essa inflação.”

Sobre Curitiba liderar os dois índices de inflação, Leide explica que do ponto de vista da gestão pública, não tem muito o que fazer. “É uma questão de custo de vida de produtos que não dependem da prefeitura. A maioria dos produtos responsáveis pelo aumento, como a energia e a gasolina, são de gestão nacional. Já o preço dos produtos livres, que podem ter o preço administrável como os alimentos, dependem das condições climáticas, que foi complicada ano passado.”

“No caso do transporte e da gasolina, tem que circular menos”, conta Leide sobre como economizar nos setores mais afetados. “É complicado substituir o carro por outras modalidades, pois os serviços de aplicativo também subiram e muitas vezes o ônibus é inviável. O gás também é difícil, é complicado, por exemplo, cozinhar menos. Já com os alimentos, você consegue fazer substituições. Trocar a carne vermelha por um frango, ovo… ou procurar um legume rico em proteína que não esteja tão caro.”

E em 2022?

“Nessas semanas de janeiro, as projeções da inflação estão em torno de 5% para 2022”, explica Leide. “Ela tende a desacelerar. Não é que ela cai, continua tendo inflação, mas antes estava a 10 km/h e agora vai a 5km/h, por exemplo. Ela continua correndo em uma velocidade menor. Porém, ainda é acima da meta dos 3,5% que as autoridades monetárias estabelecem.”

Com informações do IBGE

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