A prefeitura de Curitiba trocou os consultórios médicos por biombos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do Pinheirinho e do Boqueirão. Os biombos são de uso obrigatório para os médicos na hora da consulta, mas os profissionais reclamam que não proporcionam privacidade nem segurança, além de constranger pacientes e médicos.
Por ser basicamente uma baia com uma cortina, fica impossibilitado o sigilo médico da consulta, já que não há nenhum tipo de isolamento no cubículo. Também não há porta, mesa, cadeira e nem computador para que o médico possa registrar o atendimento ou gerar a receita de um medicamento.
Outro problema é o contágio de Covid-19 e gripe, ambos em alta em Curitiba. O biombo não oferece a segurança necessária para evitar a transmissão desses vírus.
Segundo o Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (Simepar), essa situação configura flagrante violação do Código de Ética Médica (sigilo profissional), entre outras normas de conduta, e também precariza as condições de trabalho.
Para o diretor do Simepar Alceu Pacheco Neto, gestores estão tentando transformar o atendimento médico em uma linha de montagem de uma fábrica, uma espécie de ‘fordismo na Saúde’. “Muitos médicos simplesmente não suportam a pressão e pedem para sair. As escalas estão no limite mínimo legal e qualquer ausência deixa uma lacuna sobrecarregando ainda mais os médicos em serviço.”
A Procuradoria Regional do Trabalho do Paraná foi acionada pelo Simepar, que pediu que o Ministério Público do Trabalho “tome as providências cabíveis para restabelecer os consultórios médicos com a estrutura necessária para a realização das consultas com privacidade, segurança e dignidade para os pacientes e para os médicos e médicas.”
Limite de tempo para as consultas
Também segundo o sindicato, médicos das Unidades Básicas de Saúde da capital estariam sendo pressionados por gestores a realizar consultas médicas mais curtas, de 10 a 15 minutos. Como é um tempo considerado curto para avaliação médica, a orientação seria que os médicos então “peçam exames”.
O Simepar fez a denúncia no dia 30 de dezembro de 2021, para que a Fundação Estatal de Atenção em Saúde (FEAS) se explicasse. Hoje (21), o juiz Jose Wally Gonzaga Neto da 20ª Vara do Trabalho de Curitiba deu cinco dias para que a Prefeitura de Curitiba esclareça essa exigência de que os médicos das UPAs teriam que realizar as consultas em 15 minutos. A decisão do caso deve sair no dia 28 de janeiro.
No dia 3 de janeiro de 2021, dias depois da denúncia do Simepar, a prefeitura de Curitiba, por meio de nota, negou que haja qualquer tipo de instrução para tempo de consultas. “Não há qualquer orientação por parte da SMS para tempo máximo de consulta médica, pois, como bem apontou o Simepar, somente o médico tem liberdade para decidir quanto tempo levará cada atendimento. O tempo depende da complexidade de cada caso.”
O outro lado
A prefeitura de Curitiba foi questionada pelo Plural a respeito da substituição dos consultórios médicos e sobre a decisão da Vara do Trabalho de Curitiba, mas até o momento da publicação, não houve resposta. A matéria será atualizada caso a prefeitura responda os questionamentos.
Com informações do Simepar
Pelo menos assim, os médicos não ficam com a porta fechada mechendo em celular, enquanto a fila só cresce. Já presenciei muitooo disso!
Enquanto isso armas são abençoadas para a Guarda Municipal. Como um pessoa como o Greca pode ser prefeito?
Enquanto o Sr Greca de consulta e se trata no Marcelino Champanhat, o povo que se exploda.