Desde março de 2020, os 1.840 alunos do Colégio da Polícia Militar Cel. PM. Felippe de Sousa Miranda, em Curitiba, estão tendo aulas de forma remota. Mesmo com a estrutura preparada para receber os jovens, o Colégio não pode abrir as portas. Isso porque, segundo a circular nº 19, de 09 de junho de 2021, faltam funcionários de limpeza e merendeiras, essenciais para o retorno presencial, ainda que parcialmente.
No documento, a escola afirma que a volta das atividades presenciais não foi possível por conta de “pendências junto ao órgão responsável pela cessão de funcionários”.
De acordo com a administração do Colégio da PM, a instituição estava pronta para o retorno das aulas presenciais no início do ano letivo de 2021, porém, seguindo as recomendações da Secretaria Estadual de Saúde do Paraná (Sesa-PR) para postergar as atividades até a melhora do quadro epidemiológico, a escola não abriu.
“O Colégio da PM criou um comitê de biossegurança, escreveu um protocolo a ser seguido pelos alunos para evitar a proliferação do vírus no ambiente escolar e adquiriu os insumos necessários para dar segurança aos alunos, professores e funcionários”, afirma a direção da escola, em nota.
Questionada sobre o que era preciso para a volta efetiva das aulas, a administração declarou que “o Colégio da PM está em tratativas junto ao Núcleo de Educação para ajustar algumas questões que influenciam na volta às aulas”. A instituição não deu detalhes sobre a não contratação de funcionários de limpeza e merendeiras que consta na circular.
A responsabilidade da admissão desses profissionais recai sobre a Secretaria de Estado da Educação e do Esporte do Paraná (Seed-PR), uma vez que o Colégio da PM é vinculado ao órgão estadual.
Procurada pelo Plural, a Seed-PR afirmou, em nota, que neste momento não está fazendo a substituição de funcionários de risco “pois prioriza para suas reaberturas escolas com número baixo de estudantes com participação nas aulas online síncrona”.
De fato, a taxa de participação diária dos estudantes no sistema remoto, segundo a administração do Colégio da PM, ultrapassa 95%. “Não houve problemas por falta de adesão. Os alunos que tiveram alguma dificuldade com conexão de internet ou equipamento, o Colégio ajudou a sanar esse problema, inclusive com empréstimo de alguns equipamentos para que os alunos pudessem acompanhar as aulas de forma remota.”
A Seed-PR ainda declarou que as aulas na instituição não retornaram por conta dos “decretos do município referentes à pandemia”. No entanto, conforme a Secretaria Municipal de Educação (SME) de Curitiba, a resolução vigente atualmente, que mantém a suspensão das aulas presenciais, faz referência às unidades de ensino pertencentes ao município. “As legislações homologadas e publicadas pelo Poder executivo Municipal de Curitiba, referem-se às unidades pertencentes à Rede Municipal de Ensino de Curitiba, sendo que as Redes Estadual e Particular de Ensino tem suas ações, quanto a abertura ou não de suas unidades educacionais, respaldadas em atos normativos emanados pelo Poder Executivo Estadual.”
Reportagem sob orientação de João Frey