Campanha ‘Fica em Casa Parente’ ajuda aldeias indígenas do PR durante a pandemia; saiba como ajudar

Os itens mais necessitados são alimentos não perecíveis e produtos de higiene e limpeza

Diante da pandemia da Covid-19 no Brasil, a situação de vulnerabilidade social à qual os povos indígenas estão sujeitos se agravou. Foi tentando apoiar a sobrevivência das aldeias do Paraná durante esse período que o Projeto Origem criou a campanha “Fica em Casa Parente”, ou, em Guarani Mbya, Peypytã pendero py xerentarã kuery

De acordo com o projeto, que surgiu em 2019 como uma rede de apoio e fortalecimento às aldeias do sul do Brasil, os povos originários são historicamente mais vulneráveis a viroses e pandemias, constituindo um dos grupos de risco do Sars-COV-2. Dentre os fatores que agravam essa fragilidade estão a proximidade de algumas aldeias dos centros urbanos, a condição de isolamento territorial, a falta de saneamento básico e água potável, a dificuldade de vender o artesanato durante a pandemia e a ineficiência das políticas públicas de segurança alimentar, assistência e saúde indígena.

O foco de atuação da segunda edição da “Fica em Casa Parente” são em itens de alimentação tradicional indígena, sementes nativas, alimentos não perecíveis e produtos de higiene e limpeza

Com as doações, serão atendidas cerca de 10 aldeias localizadas na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), no litoral e interior do Paraná, além de estudantes indígenas da capital. Desde o início de 2020, a campanha já auxiliou as aldeias Kuaray Haxa (Antonina/Guaraqueçaba), Guata Porã (Guaraqueçaba), Tekoa Takuaty (Ilha da Cotinga), Guaviraty (Balneário Shangrilá), Tupã Nhe’é Kretã (Morretes), Retomada Indígena (Piraquara), Araçaí, Pindoty, Sambaqui, Rio das Cobras e Aldeia de Queimadas.

Aldeia Tekoa Takuaty. Foto: Projeto Origem/Juan Schenone

Os integrantes do Projeto Origem Nathalia Sibuya e Juan Schenone explicam que, com a chegada da pandemia, os indígenas não puderam sair das aldeias para realizar a venda do artesanato, participar de eventos e festivais culturais – principais fontes de renda dos povos originários do estado. “Juntamente com as lideranças indígenas parceiras do Origem decidimos criar essa campanha nutrida com laços de solidariedade e reciprocidade para prestar esse apoio e ‘respiro’ neste momento tão difícil.”

A Campanha, que tem apoio logístico da Funai e do Distrito Sanitário Especial Indígena – Litoral Sul (DSEI), terminará no final deste ano, mas o Projeto Origem seguirá com outras atividades de apoio e fortalecimento, uma vez que, segundo Nathalia e Juan, as demandas nos territórios são recorrentes e as políticas públicas ainda não conseguem suprir todas as necessidades com efetividade.

“É de extrema importância o apoio contínuo da sociedade neste momento, pois a pandemia ainda não terminou, as aldeias ainda não estão liberadas para retomar as atividades, e as problemáticas que já existiam continuam necessitando ainda mais de apoio e solidariedade. Outra questão importante é a sociedade procurar compreender a questão indígena e a importância desses territórios para nossa verdadeira história e para conservação socioambiental, onde tem território indígena tem floresta em pé, biodiversidade e muita cultura ancestral. É fundamental que a gente se informe sobre o que está em pauta em torno das questões indígenas, cobre políticas públicas efetivas, apoie e auxilie. A causa indígena é de todos nós e juntos somos mais.”

Como doar

Nos últimos meses, o volume de doações vem caindo drasticamente, de acordo com o projeto. Porém, os pedidos de ajuda continuam a chegar com recorrência, já que as atividades nas aldeias indígenas ainda não se normalizaram.

Para doar, basta acessar o site do financiamento coletivo da campanha por meio deste link, ou entrar em contato por mensagem no Facebook ou Instagram para fazer doações físicas e via PIX.

Para mais informações sobre a campanha e a prestação de contas, acesse as redes sociais do Projeto Origem:

Reportagem sob orientação de João Frey

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