Governadores de diversos estados entraram em uma espécie de corrida para antecipar a vacinação contra a Covid-19 em todo o país. O Paraná, no entanto, esteve fora dessa competição até a última segunda-feira (14), quando anunciou a atualização do calendário de vacinação, prometendo a aplicação da primeira dose a todas as pessoas acima de 18 anos até 30 de setembro.
A Secretaria Estadual de Saúde afirmou ao Plural que a criação do novo cronograma para aplicação das vacinas foi baseada em dois fatores principais: o envio de pelo menos um lote de imunizantes por semana ao estado e a provável disponibilidade da vacina Janssen no Brasil.
Acontece que a entrega dos imunizantes da Janssen já está atrasada. Na semana passada, o Ministério da Saúde tinha a expectativa de receber três milhões de doses entre domingo (13) e terça-feira (15). A entrega não ocorreu, mas o ministro Marcelo Queiroga disse ter expectativas de que o lote chegasse ao país na quarta-feira (16), o que, novamente, não aconteceu. Agora, o envio das doses não tem data prevista. Com isso, o novo calendário de imunização do Paraná já começa com um tropeço. Caso isso atrapalhe e execução do cronograma, a Sesa garante que irá “realizar a atualização [do calendário] e informar a população.”
Entre deputados estaduais e vereadores de Curitiba, o clima oscila entre o ânimo com a perspectivas de vacinar rapidamente a população e a descrença sobre a possibilidade de cumprimento do prazo. Há quem veja o novo calendário como uma resposta política à corrida entre governadores, mas que não encontra lastro no estoque e capacidade de vacinação. De acordo com um parlamentar, o descumprimento do calendário seria “péssimo para a imagem do governo”.
Conforme o novo Plano de Imunização Estadual, divulgado nesta quarta-feira (16), 3.804.025 paranaenses receberão a primeira dose da vacina em pouco mais de três meses. Ao todo, 8.736.014 pessoas devem ser imunizadas no estado, sendo 4.931.989 dos grupos prioritários e 3.804.025 da população geral.
De acordo com a Secretaria da Saúde do Paraná (Sesa), o estado “tem realizado ações de aceleração da vacinação desde março, quando lançou as campanhas ‘De domingo a domingo’ e ‘Corujão da Vacinação’, viabilizando aplicações de vacinas em dias e horários alternativos, abrangendo um maior número de pessoas. Além disso, por diversas vezes representantes da Sesa e do Governo estiveram no Ministério da Saúde reivindicando mais doses para o Paraná e atualizações de estimativas populacionais de acordo com a realidade do Estado”.
A Secretaria ressalta que dos 8.7 milhões de paranaenses, 3.427.207 receberam a primeira dose e 1.271.447 a segunda.
Confira o cronograma
O calendário elaborado pelo governo do Paraná prevê que a vacinação aconteça de forma decrescente, sucessiva e concomitante com a vacinação dos grupos prioritários. Considerando que a vacinação da população em geral já foi iniciada e que algumas cidades já aplicaram doses em faixas etárias menores de 40 anos, as datas previstas são as seguintes:
- 4 de junho a 18 de julho – 59 a 40 anos (fase já iniciada);
- 19 de julho a 22 de agosto – 39 a 30 anos;
- 23 de agosto a 19 de setembro – 29 a 20 anos;
- 20 a 30 de setembro – 19 e 18 anos.
Curitiba
Segundo orientações da Sesa, cada município deve definir as próprias estratégias de imunização, podendo expandir a cobertura vacinal para outras idades, de acordo com a disponibilidade de doses.
De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), para cumprir com o cronograma proposto pelo Governo do Estado, Curitiba depende do repasse de imunizantes. “Para atender o primeiro grupo proposto até o dia 18 de julho – faixa etária de 52 a 40 anos – a capital precisa receber mais de 253 mil doses de vacina de primeira aplicação”, pontua a SMS.
A secretária municipal da Saúde de Curitiba, Márcia Huçulak, afirma que caso houvessem imunizantes disponíveis, a Capital teria capacidade operacional para vacinar toda a população acima de 18 anos em menos de 30 dias.
O prefeito Rafael Greca (DEM) pressionou o governador para que envie mais vacinas para a capital. Segundo ele, há municípios do estado recebendo, proporcionalmente, mais doses que Curitiba.
Reportagem sob orientação de João Frey
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