O impacto no aumento de óbitos no ano mais letal da pandemia, 2021, causou um dano equivalente a eliminação de toda cidade de Campo Magro, na Região Metropolitana de Curitiba. Os dados analisados pelo Plural foram obtidos junto ao Registro Geral, que consolida as informações de emissão de certidões de óbito, nascimento e casamentos no país inteiro. Para realizar a análise, a reportagem comparou 2021 com os anos de 2016 a 2020.
O resultado mostra que a tendência de óbitos no Paraná sofreu uma significativa alteração em 2021, deixando o patamar de 6,72 mortes a cada mil habitantes dos cinco anos anteriores. Isso inclui 2020, quando começou a pandemia, mas medidas mais severas de isolamento social estavam em vigor. A comparação com os anos anteriores mostra que não havia uma tendência de alta nem uma alteração significativa nos índices antes de 2021.
Os dados também revelam o forte impacto do aumento na mortalidade em municípios pequenos do estado. De 30 cidades cujo total de mortes, no mínimo, dobrou, apenas uma – Fazenda Rio Grande – tem mais de 100 mil habitantes. Em General Carneiro, que segundo a estimativa populacional do IBGE para 2021 tem 13 mil habitantes, o aumento passou de 2000% (importante considerar que aumentos absolutos pequenos tem grande impacto em cidades de pequeno porte).
Outras 107 cidades tiveram crescimento de óbitos superior a 50%. Entre elas, São José dos Pinhais (54,55%) e Curitiba (59%). Por outro lado, 57 municípios tiveram recuo ou nenhuma alteração no número de óbitos. No entanto, mesmo assim o saldo do estado foi de crescimento de 39% de mortes.
Sobre os dados
A Registro Civil consolida os números de certidões emitidas em todos os cartórios do Brasil para casamentos, nascimentos e óbitos. No caso de certidões de óbito, os dados utilizados pelo Plural incluem todos os registros, independente da causa da morte. Eles foram retirados do site de Transparência da instituição.
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