Aulas presenciais voltam em 73 colégios estaduais da Grande Curitiba

Escolas serão reabertas para os alunos em 18 cidades da RMC e 627 do Paraná

Na segunda-feira (24), a Rede Estadual de Ensino reabre 40% de suas escolas para o modelo presencial. Serão 827 colégios em todo o Estado, sendo que 200 já retornaram há duas semanas. Na Capital, serão três escolas a voltar e outras 70 na Região Metropolitana de Curitiba (RMC).

Os critérios considerados para a escolha das instituições que retornam são, segundo a Secretaria Estadual de Educação (Seed), a situação de vulnerabilidade dos alunos e o acesso a equipamentos digitais, além da vontade da comunidade escolar e do diálogo com os diretores. A situação epidemiológica não foi citada – visto que a Grande Curitiba continua avançando na curva de casos de coronavírus.

Segundo a Seed, a retomada presencial é oportunizada também pela vacinação dos professores. O Estado pretende aplicar a primeira dose – ainda na próxima semana – em um total de 54,7 mil profissionais da Educação. Eles somam 90 mil só na Rede Estadual.

A Seed ressalta que faz o monitoramento dos casos de Covid-19 e segue protocolos de biossegurança, com o afastamento dos profissionais do grupo de risco para a doença.

Ainda assim, “nessas duas semanas após a abertura das 200 primeiras escolas (em 10 de maio), houve 122 turmas com atividades suspensas e 17 colégios fechados. Também foram reportados 50 casos positivos em alunos, 53 casos em professores e 42 casos em funcionários”, informou a Seed. Em Guarapuava, União da Vitória, Ubiratã e Paiçandu as aulas foram suspensas por determinação da Prefeitura, considerando a alta nos casos da doença.

O risco de contaminação pelo coronavírus levou os professores a aprovar greve, mas a adesão não passou de 30%, segundo a APP-Sindicato, que representa a categoria. O medo de represálias faz com que muitos acabem se arriscando em salas pequenas, sem ventilação e com 100% dos alunos. “Informações sobre como resistir ao assédio de diretores(as) de escola e de Núcleos Regionais de Educação estarão na página da APP-Sindicato. Uma nova assembleia da categoria acontecerá dia 29 de maio, para avaliação e mobilização.”

Quem volta

Apesar da reabertura de quase metade dos colégios, a volta às aulas presenciais é opcional aos estudantes. “Os alunos que optarem por não ir às aulas presencialmente continuarão no ensino remoto via Google Meet e também pelas plataformas digitais do Aula Paraná na TV aberta, no YouTube, além do kit pedagógico impresso.”

Em Curitiba, voltarão ao ensino híbrido (presencial e remoto) as escolas: São Pedro Apóstolo, no Água Verde, Benedicto João Cordeiro, no Sítio Cercado – ambos com Ensino Profissionalizante – e o Colégio da Polícia Militar do Paraná, no bairro Portão.

Na Região Metropolitana de Curitiba, o nome das 70 escolas não foi repassado pela Seed, mas elas estão localizadas nos seguintes municípios:

ALMIRANTE TAMANDARÉ

COLOMBO

DOUTOR ULYSSES

ITAPERUÇU

PINHAIS

PIRAQUARA

QUATRO BARRAS

RIO BRANCO DO SUL

ARAUCÁRIA

CAMPO DO TENENTE

CAMPO LARGO

FAZENDA RIO GRANDE

MANDIRITUBA

PIÊN

QUITANDINHA

RIO NEGRO

SÃO JOSÉ DOS PINHAIS

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1 comentário em “Aulas presenciais voltam em 73 colégios estaduais da Grande Curitiba”

  1. O argumento da Seed de que “a retomada presencial é oportunizada também pela vacinação dos professores” não faz nenhum sentido.
    Pensemos.
    Se o estado pretende aplicar a primeira dose somente na próxima semana, então, os vacinados, para estarem efetivamente imunizados, ainda deverão tomar a segunda dose. Sendo muito otimista, é razoável supor que, uma vez vacinados os professores (com as duas doses), seria necessário um período de pelo menos dois ou três meses até que estejam efetivamente imunizados. Por conseguinte, esta retomada das aulas presenciais se dará em uma situação na qual os professores serão submetidos a grande risco.

    Além disso, a maior parte da comunidade escolar é formada pelos estudantes, que não serão vacinados, ou seja, o governo está promovendo o retorno presencial de uma comunidade de dezenas de milhares de pessoas, num contexto de aumento do número de casos – e quando a ocupação de leitos de UTI no estado tangencia 100%.

    Seria o caso de mencionar a “variante indiana”, que está causando imensa preocupação – e mobilização – em outros países. Singapura, por exemplo, ao detectar alguns poucos casos, suspendeu aulas presenciais (https://www.scmp.com/week-asia/health-environment/article/3133695/coronavirus-singapore-close-schools-wednesday-amid).

    É revoltante que a SEED e o secretário continuem repetindo o mantra dos “protocolos de biossegurança” sem ao menos se dar ao trabalho de atualizar esses protocolos a fim de incorporar informações importantes tais como o fato inequívoco de que o vírus se propaga pelo ar. Pergunto: onde as iniciativas do governo no sentido de melhorar as condições de ventilação em sala de aula? Onde a compra de equipamentos para monitoramento da qualidade do ar (por exemplo, medidores de CO2)? Onde a compra e instalação de filtros de ar (os do tipo HEPA)? Onde as campanhas para que a comunidade escolar utilize máscaras e respiradores de qualidade (tipo PFF2)?

    O atual governo do Estado do Paraná não tem sido capaz de se manter minimamente atualizado com relação às informações relevantes para a proteção das pessoas e para realizar uma efetiva contenção da pandemia. A decisão de retorno às aulas presenciais carece de embasamento científico e pode servir de gatilho para um aumento ainda maior de casos e de óbitos.

    Registros como estes que o Plural vem realizando permitem que as pessoas tomem decisões no sentido de se proteger, dado que o governo as coloca em risco. Além disso, ficam os registros dessas políticas equivocadas para que (esperemos que em breve) os responsáveis pelas políticas irresponsáveis sejam imputados.

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