Até 800 escolas estaduais do PR podem retomar aulas presenciais na segunda-feira

Segunda etapa de retomada ocorre no momento em que o Paraná caminha em direção à que pode ser a pior onda de coronavírus até agora

Apesar de uma nova crescente nos números da pandemia do coronavírus e com professores em greve, até 800 escolas da rede estadual de ensino podem retornar às aulas presenciais na próxima segunda-feira (24), conforme lista que vem sendo formulada pela Secretaria de Estado da Educação (Seed). Destas, cerca de 40 ficam em Curitiba, que tinha ficado de fora da primeira fase. As informações foram confirmadas pela própria pasta.

Caso o número máximo seja validado – a possibilidade vai de 600 a 800 –, o Paraná passará a ter 1 mil escolas estaduais abertas, praticamente metade de toda a rede, já que outras 200 estão em funcionamento presencial desde a semana passada.

A lista final será divulgada nesta sexta (20). A reportagem pediu acesso ao documento, mas a Seed negou. A justificativa é de que ainda pode haver alterações, embora a secretaria tenha afirmado que todos os professores e pais de alunos das unidades contempladas já foram informados do retorno, que seguirá o modelo híbrido, com parte dos alunos em sala de aula e parte em ensino remoto.

Esta segunda etapa de reabertura ocorre no momento em que todas as regiões paranaenses caminham em direção a uma superonda de Covid-19, cujas projeções indicam ser a pior de toda a pandemia até o momento. O novo pico chega com variantes mais agressivas e deve atingir principalmente os não imunizados.

Professores e demais trabalhadores da educação abaixo de 60 anos entraram para a lista de vacinação do governo do Paraná no último dia 4, como parte do plano de retomada gradativa das aulas. Em Curitiba, os docentes só começaram a receber doses no último dia 17, o que significa que boa parte do grupo ainda está longe de completar o ciclo de imunização.

A marcha lenta do processo fez a categoria da rede estadual deflagrar greve no dia 10 de maio contra a volta às aulas. E com a confirmação de ainda mais professores em sala de aula diante do cenário crítico – que tem como agravante o fato de o sistema de saúde do Estado ainda não ter se recuperado do colapso anterior –, o sindicato dos professores da rede, a APP Sindicato, voltou a reagir.

Nesta quinta-feira (20), a entidade passou a compartilhar com a direção das escolas um modelo padrão de notificação extrajudicial que serve como “instrumento de proteção às direções escolares”. De acordo com o sindicato, a volta às aulas presenciais exige o aval do diretor, embora esta não seja uma decisão que compete aos profissionais da educação.

Além disso, a APP também defende não haver quantidade de funcionário para atendimento nem protocolo de biossegurança compatíveis com resolução da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) que regulamenta diretrizes para aulas na rede pública e privada de ensino em todo o Paraná.

A Seed informou, no entanto, que a discussão da volta às aulas presenciais está alinhada com a Sesa. Disse ainda que a escolha das unidades que reabrem nesta nova etapa segue os padrões já adotados, ou seja, instituições de ensino onde há alunos em situação de vulnerabilidade e sem acesso a equipamentos digitais, além de colégios com maior número de professores fora do grupo de risco.

Na semana passada, o retorno foi em 15 dos 32 Núcleos Regionais de Educação, em cidades escolhidas onde os números de casos e mortes por Covid-19 estavam mais baixos – o que não deve ocorrer agora, já que Curitiba está na lista e vem apresentando piora no quadro da pandemia.

Dados do dia 16 de maio compilados pelo Plural indicam que o número de contaminações por Covid-19 na capital aumentou 26% na variação de 14 dias atrás. A curva de óbitos também está em ascensão. Por causa dos indicadores, a prefeitura de Curitiba decidiu manter em decreto as aulas da rede municipal em modelo exclusivamente remoto. As medidas não impedem a retomada nas escolas privadas e estaduais.

Diferentemente das regras iniciais, as salas de aula do Paraná agora não têm mais limite de alunos, desde que seja cumprido o distanciamento de 1,5 metros entre os estudantes.

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