Ano letivo 2021 deverá ser híbrido

Mesmo com volta às aulas, uso de recursos remotos deve continuar, diz diretor-geral do Positivo, Celso Hartmann

Faltando menos de três meses para o fim de 2020 e do ano letivo, as dúvidas sobre como serão as aulas em 2021 continuam. O Plural entrevistou o diretor-geral dos Colégios Positivo, Celso Hartmann, para saber como a empresa – que tem 14 mil alunos e mil professores em seis cidades do Paraná e de Santa Catarina – está se preparando para mais um ano de incertezas.

Hartmann afirma que a perspectiva é de otimismo e preparação. “Acredito que teremos um início já no fim de janeiro com um período de ensino híbrido antes da volta às aulas em março”, diz. Mas mesmo que a vacinação se confirme, e a situação passe a se normalizar, recursos de ensino híbrido (on-line e presencial) devem continuar.

O otimismo tem a ver com a decisão do Conselho Nacional de Educação (CNE) que aprovou o ensino remoto até dezembro de 2021. “Isso nos dá mais liberdade para adiar o início do ano para março”, explica.

Esse “atraso” permitiria mais tempo para esperar pelo início da aplicação de uma vacina e/ou a liberação de tratamentos para a Covid-19. “Certamente não teremos todas as pessoas vacinadas, mas sim um trabalho de imunização de grupos de risco e profissionais expostos, como professores”, afirma o diretor.

Essa perspectiva alimenta a possibilidade dos pais de alunos ficarem mais seguros em mandar seus filhos para a escola. Conforme mostrou o Plural, numa pesquisa feita com responsáveis por estudantes dos Colégios Positivo, 57,9% deles declararam preferir que os menores continuem em casa.

Enquanto isso, Hartmann diz que a empresa tem protocolos prontos para as aulas presenciais. As turmas deverão ter o tamanho reduzido em até 10% para garantir o distanciamento social dentro das salas. Brinquedos e equipamentos de uso comum terão acesso bloqueado. E um aplicativo irá pedir que pais e alunos informem eventuais sintomas.

Salas de aula terão número de alunos reduzido. Foto: Divulgação Positivo
Salas de aula terão número de alunos reduzido. Foto: Divulgação Positivo

Além disso, o distanciamento social e o uso de máscaras são obrigatórios, além da higienização frequente das mãos e o uso de tapetes desinfetantes. O Positivo, no entanto, não prevê a realização de exames frequentes. “Há um acordo para pagamentos de valores diferenciados na Unimed. Mas é um exame caro e que, às vezes, precisa ser repetido, o que o encarece ainda mais”, avalia o diretor do Grupo.

Sem o exame, o afastamento de pessoas com suspeita de infecção, e as que tiveram contato com o suspeito, é de 14 dias. “Já tivemos que fechar um departamento inteiro por causa de uma pessoa infectada”, conta.

Esta semana, o Positivo começa um trabalho de preparação com as famílias de alunos de Joinville, onde as aulas presenciais serão retomadas em 20 de outubro. O trabalho inclui uma reunião dos gestores do grupo e da escola com os pais de alunos. A ideia é reforçar os cuidados que serão necessários.

O retorno não é obrigatório mas pais de alunos com dificuldades de aprendizagem ou déficit cognitivo serão convidados “com maior ênfase”. Vai ser mais um teste do sistema previsto pelo Positivo, que inclui aulas assíncronas (que podem ser vistas a qualquer momento pelos alunos), aulas ao vivo e aulas presenciais. Mesmo estas, devem ser gravadas e disponibilizadas para os estudantes.

“Muito disso veio para ficar. O cuidado com o outro, o que aprendemos com o ensino remoto. Os muros da escola foram rompidos”, destaca Hartmann. Ele acredita que essa aproximação entre escola e a família aumentou o respeito das pessoas pela educação, e o carinho pelos professores. “A gente vê isso na emoção de alunos e pais nos drive-thrus em ver os professores e a escola.”

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