UFPR decide iniciar segundo semestre, mesmo com risco de fechar em semanas

Verba de custeio, bloqueada pelo governo Bolsonaro, deve acabar neste mês

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) decidiu iniciar o segundo semestre letivo na próxima segunda-feira (5) mesmo sabendo que existe a possibilidade de ter de parar as aulas logo em seguida. Sem dinheiro para custeio, a universidade mais importante do estado estima que não terá como manter pagamentos de água, luz e contratos de terceirizados já no mês que vem.

A falta de dinheiro se deve ao contingenciamento anunciado pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL) e que atinge todas as federais do País. No Paraná, além da UFPR, são atingidas a UTFPR, a Unila e o IFPR. Só no caso da UFPR, foram bloqueados R$ 48 milhões da verba de custeio.

Desde que o corte na verba foi anunciado, a Reitoria da UFPR anunciou que o dinheiro que permaneceu na conta só manteria a universidade funcionando até agosto. Houve cortes de despesas (inclusive com o fechamento dos restaurantes universitários nas férias), mas nada capaz de enfrentar o tamanho do rombo aberto pelo governo.

O reitor Ricardo Marcelo Fonseca chegou a cogitar a possibilidade de nem abrir o semestre, em função da insegurança. No entanto, em reunião com dirigentes da universidade, a decisão foi de levar as aulas e o funcionamento da universidade “até onde for possível”. “Vamos manter funcionando na unha”, disse ao Plural uma fonte próxima ao reitor.

As verbas contingenciadas dizem respeito apenas ao custeio da universidade. Os salários de professores e funcionários vêm de outra conta e estão assegurados. O custeio não é o maior gasto das universidades, mas sem luz, água, telefone nem dinheiro para contratar serviços de limpeza e vigilância, entre outros, não há como manter os serviços.

Enquanto negociam com o governo para tentar a liberação de verbas, as reitorias também negociam contratos com as terceirizadas. Por enquanto, na UFPR, a resposta das empresas que prestam serviços é de que é impossível manter o contrato sem o pagamento. A ideia, por enquanto, é cortar alguns postos de trabalho para fazer com que o dinheiro existente dure um pouco mais.

Mesmo assim, ninguém parece acreditar que haja condições de a UFPR permanecer funcionando em setembro caso não haja uma reviravolta em Brasília que, até o momento, não parece provável.

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