Polícia cumpre mandado na sede do Bitcoin Banco

Prejuízos de investidores podem chegar a R$ 200 milhões

A Polícia Militar realizou na terça-feira (20) mandado de busca e apreensão na sede do Bitcoin Banco (GBB), localizada no centro de Curitiba. A ação foi determinada pelo Poder Judiciário após uma primeira ordem de pagamento ter sido descumprida.

Jaqueline Bresolin e Michele Borghetti Furlan entraram com um processo no valor de R$ 1,4 milhão e pedem que os bitcoins de suas carteiras digitais sejam resgatadas e transferidas para uma carteira virtual que elas têm em outra empresa.

As duas vítimas não foram as únicas a colocar Cláudio Oliveira, dono do grupo, na justiça. Centenas de ações tramitam no Judiciário desde maio, impetradas por clientes que não conseguem resgatar valores aplicados no Bitcoin Banco. Os prejuízos são calculados em mais de R$ 200 milhões.

Os bens pessoais de Cláudio Oliveira já haviam sido bloqueados por determinação resultante de ação por saques atrasados na plataforma. O bloqueio judicial levou a polícia à casa de Oliveira com o objetivo de recolher itens pessoais como obras de arte, joias, quadros, relógios e até sapatos e bolsas da esposa do empresário. A penhora dos objetos garantiria o ressarcimento dos prejuízos sofridos por um grupo de clientes que reclamava a devolução dos R$ 13 milhões que havia investido no Bitcoin.

Operações anteriores determinaram a apreensão dos carros do empresário e o bloqueio de R$ 6 milhões das contas do Grupo. Segundo a Folha, a Justiça encontrou em caixa apenas R$ 130 mil. Em uma terceira execução, o montante de R$ 424 era o que estava disponível para recolhimento nas contas.

O conglomerado de mais de dez empresas de negociação de criptomoedas, até semana passada, operava negócios na casa dos milhões de reais. Em entrevista, Cláudio, o “rei do bitcoin”, disse ter feito receita superior a R$ 180 milhões apenas no mês no março. Em abril desse ano, no entanto, investidores não conseguiram resgatar as poupanças que haviam depositado no Banco e Cláudio não cumpriu com a promessa de resolver o problema.

Segundo ele, seus sistemas foram invadidos por hackers que duplicavam o resgate dos saques e fizeram desaparecer os registros das contas dos investidores.

O sequestro dos bens foi realizado rapidamente em razão dos boatos de que Cláudio Oliveira estaria prestes fugir para a Suíça. De fato, o empresário tem passagem comprada para o destino e deve viajar nesta quarta-feira (21), se não for impedido pela Justiça.

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