Vereadores dizem que Greca tem força para aprovar fim de cobradores

Projeto diminui custos do ônibus e desagrada sindicato da categoria, que prevê desemprego

Embora seja considerada a proposta mais polêmica do ano a ser votada na Câmara de Curitiba, a mensagem do prefeito Rafael Greca (DEM) que extingue o cargo de cobrador nos ônibus deverá ser aprovada com alguma folga pelos vereadores. Nos bastidores, os vereadores preveem que a oposição e os sindicatos não terão força para barrar o projeto.

A proposta, que foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara no último dia 2, deve chegar a plenário ainda neste semestre. O projeto está no gabinete do vereador Paulo Rink (PR) e ainda deve ser submetido à análise da Comissão de Economia, Finanças e Fiscalização, e da Comissão de Serviço Público.

A prefeitura prevê a substituição dos cobradores pelo uso exclusivo do Sistema de Bilhetagem Eletrônica no transporte público. Com isso, a passagem de ônibus não poderia mais ser paga com dinheiro. Os atuais cobradores, segundo a prefeitura, passariam a exercer outras funções – a promessa é de que não haveria demissões.

Tramitando em anexo ao projeto original há uma proposta paralela de Tico Kuzma (Pros). O parlamentar quer que as concessionárias de ônibus só possam extinguir vagas de cobradores paulatinamente, à medida que houver aposentadorias, demissões, adesões a Planos de Demissão Voluntária (PDV) ou quando o funcionário aceitar desempenhar outra função na empresa.

O líder do prefeito na Câmara, vereador Pier Petruzziello (PTB), pediu celeridade ao trâmite do projeto de lei. A prefeitura diz que a bilhetagem eletrônica deve dar maior agilidade e segurança ao transporte coletivo. A maior preocupação, no entanto, parece ser diminuir custos para que a passagem não suba mais, principalmente às vésperas da eleição.

O Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) é contra o projeto e afirma que demitir cobradores vai contribuir diretamente para o desemprego. Acompanhando o andamento da proposta, o sindicato acredita que a mudança não deve ser aprovada pela Câmara.

Com informações de Rodrigo Silva.

Sobre o/a autor/a

Rolar para cima