Vereadores deixam cargo, mas mantêm assessores sendo remunerados

Suplentes herdam parte da equipe dos funcionários comissionados de vereadores licenciados

Os vereadores de Curitiba que assumem outros cargos durante o mandato conseguem muitas vezes dar um jeito de manter a estrutura do Legislativo trabalhando para eles. Uma pesquisa no Portal da Transparência da Câmara Municipal mostrou que pelo menos três vereadores licenciados deixaram sua equipe no Legislativo, sendo remunerada pelos cofres públicos, mesmo não estando no exercício do mandato.

O primeiro caso que veio à tona, em reportagem do Plural, foi o de Herivelto Oliveira (PPS), que assumiu a vaga de Hélio Wirbiski – chamado para assumir o posto de superintendente de Esportes no governo de Ratinho Jr. (PSD). Levantamento revelou que Herivelto herdou metade dos funcionários do gabinete de Wirbiski: cinco dos funcionários permaneceram em cargos de confiança, mesmo na ausência de quem os havia contratado.

Segundo Herivelto, isso foi fruto de um acordo para que parte da equipe continuasse trabalhando nas “demandas” que Wirbiski atende em bairros de Curitiba. O vereador “não queria que essas demandas fossem esquecidas”. E a ideia é que fosse dada continuidade ao trabalho realizado em bairros como Uberaba, Guabirotuba e Jardim das Américas. “Desde que todos estejam fazendo a coisa direito, sem deixar de atender o gabinete, está tudo certo”, afirmou Herivelto à época.

Um pé em cada canoa

Verificando os cargos de comissão no Portal da Transparência, percebe-se que o caso não é único. Edson Parolin (PSDB) tomou posse em 25 de fevereiro. No entanto, quatro dos sete assessores do gabinete do líder comunitário foram herdados do vereador licenciado, Thiago Ferro (PSDB), que assumiu a presidência da Fundação de Assistência Social (FAS) a convite de Rafael Greca (DEM).

Sendo assim, Edson do Parolin pôde escolher apenas três dos sete assessores a que tem direito. Procurado para esclarecer a composição de seu gabinete, o vereador afirmou que não foi feito nenhum tipo de acordo para que Ferro comandasse parte de sua equipe. No entanto, Parolin admite que os assessores do presidente da FAS que permanecem na Câmara trabalham para o vereador licenciado. “É a equipe de confiança dele, que trabalha pra ele”, afirmou.

Embora parte da equipe de Ferro permaneça ao lado de Edson do Parolin, o vereador tucano destaca que os integrantes nunca deixaram de atender as demandas de seu gabinete.

Sete de oito

Outro caso de “herança” está na situação de Alex Rato (PSD). O parlamentar assumiu uma cadeira na Câmara em 25 de março e entrou no lugar de Felipe Braga Cortes, que virou diretor do Departamento de Apoio a Pessoa com Deficiência e Acessibilidade, cargo vinculado a Secretaria da Justiça, Família e Trabalho, comandada por Ney Leprevost (PSD).

Apesar de licenciado, Braga Cortes deixou quase toda a sua equipe no Legislativo. Ao todo, 6 dos 7 assessores permaneceram trabalhando no gabinete de Rato. Alex Rato também foi procurado para falar sobre a composição de sua equipe, mas até a publicação dessa matéria, não havia respondido nenhuma das mensagens enviadas pelo Plural.

 

 

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