Vereadora denuncia criação de cargos suspeitos na Câmara

Maria Letícia diz que cargos estão sendo criados para acomodar apadrinhados de vereadores

A vereadora Maria Letícia Fagundes (PV) apresentou uma denúncia de que a Câmara de Curitiba estaria criando cargos para beneficiar pessoas específicas. A suspeita é de que apadrinhados de vereadores estejam sendo “acomodados” em vagas criadas sob medida pela nova Mesa Diretora do Legislativo Municipal.

A denúncia foi feita pela vereadora em um documento oficial apresentado à própria Câmara. Maria Letícia pôs documentos que, segundo ela, comprovam sua visão dos fatos, em um voto que fez no projeto de reforma administrativa da Câmara. Entre os argumentos dela, consta um e-mail que chegou por engano à caixa postal da vereadora.

No e-mail, uma servidora pede que o projeto tramite com urgência para resolver a situação de dois servidores, chamados “Charlesson e Rhuanita”. Segundo a vereadora, o e-mail foi encaminhado por engano para ela, mas revela o que “todo mundo já desconfiava”.

O Plural apurou que Rhuanita seria Rhuanita Graciela Drozd, ligada ao vereador Tiago Ferro (PSDB), nomeado recentemente pelo prefeito Rafael Greca (DEM) para comandar a FAS. A servidores já trabalhou também nos gabinetes de Oscalino do Povo e Edson do Parolin (PSDB), onde está hoje.

Segundo Maria Letícia, o cargo que está sendo criado na CCJ pelo projeto da reforma administrativa estaria destinado a ela. A desconfiança é de que isso faça parte de um acordo para a eleição da Mesa. Thiago Ferro abriu mão de ser candidato, mas em troca virou presidente da FAS e estaria conseguindo alguns cargos para apadrinhados.

E-mail apresentado como prova de irregularidade.

A vereadora levou o caso à Corregedoria da Câmara, à Ouvidoria e à Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público, do Ministério Público do Paraná, Segundo ela, a criação de cargo para uma pessoa específica fere o princípio da impessoalidade previsto na Constituição.

No voto em separado apresentado na Comissão de Economia, Maria Letícia também questiona outros pontos da reforma administrativa sugerida pelo novo presidente, Sabino Picolo (DEM). Exemplo é a ideia de que o controlador da Casa seja indicado exclusivamente pelo presidente, e não mais pela Comissão de Economia. O presidente deveria justamente ser fiscalizado pelo controlador, alega a vereadora.

Segundo o voto dela, que ganhou apoio de Professora Josete (PT), a reforma cria custos de R$ 102 mil.

O presidente da Comissão de Economia, Paulo Rink (PR), negou que esteja apressando a tramitação do projeto. O Plural tentou contato com Sabino Picolo por telefone, mas o presidente não atendeu às ligações.

Como Serginho do Posto (PSDB) pediu vistas, o projeto está fora de pauta por quatro dias.

Sobre o/a autor/a

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O Plural se reserva o direito de não publicar comentários de baixo calão, que agridam a honra das pessoas ou que não respeitem níveis mínimos de civilidade. Os comentários são moderados por pessoas e não são publicados imediatamente.

Rolar para cima