Temer sai em quatro dias, mostrando novo erro da Lava Jato

Operação não pode virar competição para ver quem é o juiz que prende gente mais graúda

Com informações de Rodrigo Silva:

O desembargador Antonio Ivan Athlé , do TRF da 2ª Região, mandou soltar Michel Temer (MDB) e seu suposto cúmplice num desvio milionário de Angra 3, o ex-ministro Moreira Franco (MDB), o “Gato Angorá”. Com isso, fora colocar Temer numa cela por quatro dias, a decisão de Marcelo Bretas,  responsável pela Lava Jato no Rio, serviu só para tumultuar o processo e aumentar a fama de durão do juiz.

A soltura de Temer era um caso de cartas marcadas. Qualquer um que olhasse a decisão de Bretas percebia que não havia elementos para prender Temer. A lei brasileira vem sendo seguidamente “flexibilizada” para que se prendam políticos provisoriamente antes do fim do processo. Isso só desmoraliza a Lava Jato, que vai cada vez vai ficando mais com cara de competição entre juízes para ver quem prende gente de mais alto escalão.

Temer, de 78 anos, pode até ser culpado dos desvios. Porém, a legislação afirma que a prisão provisória só pode ocorrer em casos muito específicos, principalmente quando há risco de fuga ou quando o acusado está trabalhando para obstruir a Justiça (picotando provas, coagindo testemunhas ou, em alguns casos mais raros, picotando testemunhas).

Temer estava preso desde a última quinta-feira (22), em razão uma investigação que mira supostos desvios no valor R$ 1 milhão da Engevix, Operação Descontaminação, desdobramento da Lava Jato.

Além do ex-presidente, outras nove pessoas haviam sido detidas por supostos crimes de formação de cartel e prévio ajustamento de licitações. O inquérito ligado a Temer e seus aliados tem como base as delações do empresário José Antunes Sobrinho, ligado à Engevix.

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