Dos 30 deputados federais do Paraná, apenas oito assinaram uma Proposta de Emenda à Constituição para impedir que militares da ativa assumam cargos civis nos governos federal, estadual e municipal. A proposta é da deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) e começou a ganhar força em junho, após o Exército decidir não punir o general Eduardo Pazuello por participar de uma manifestação de apoio a Jair Bolsonaro.
Com as revelações da CPI de que militares estariam envolvidos em negociações irregulares de vacina, a proposta ganhou ainda mais apoios e deve ser protocolada na quarta-feira (14), já com as 171 assinaturas necessárias para dar início à tramitação. Ao Plural, a deputada afirmou que faltam apenas cinco assinaturas para o número mínimo.
Perpétua disse que, por enquanto, prefere não revelar os nomes de quem apoiou a proposta, mas confirmou o número de assinaturas de paranaenses e disse que o estado é um dos que tem menor quantidade de parlamentares que aderiram ao projeto.
Segundo a autora, a ideia do texto é garantir o que o constituinte previu em 1988 e impedir o uso político das Forças Armadas, como Bolsonaro tentar fazer.
“As Forças Armadas não são do presidente da República, mas do país. São instituições de Estado. Mas Bolsonaro faz questão de colocar em seu discurso que se trata do ‘meu Exército’. Há cargos militares no governo, inclusive em torno do presidente. Não é disso que estamos tratando, mas dos cargos políticos. A sensação de que não se sabe mais onde termina o governo e começa o Exército, é o que pode acontecer de pior para esta instituição e as demais Forças Armadas”, diz a parlamentar.
Sobre o/a autor/a
Excelente crônica do Dr. Rosinha. Tem estilo e profundidade, elegância e beleza. Agora que já pendurou o estetoscópio, pode pegar, sem reservas, a caneta. Aguardo a próxima crônica.