Ratinho quer Educação como atividade essencial na pandemia

Executivo apresenta projeto de lei para garantir volta às aulas presenciais ainda em fevereiro no Paraná

“Poderia ser feito por decreto, mas o Governo quer uma decisão democrática, pois tem interesse na volta às aulas no próximo dia 18 e precisa se cercar de todas as garantias de que ela vai acontecer. É evidente que teremos certo embate nessa questão e, por isso, estão sendo tomadas todas as precauções”, resume o líder do governo do Paraná, deputado estadual Hussein Bakri (PSD), enquanto fala do projeto de lei, enviado pelo Executivo, sobre a volta às aulas. O discurso foi durante a primeira sessão na Assembleia Legislativa do Paraná em 2021, nesta terça-feira (2), em Curitiba.

Bakri, que também é o presidente da Comissão de Educação da Casa, garantiu que há uma expectativa muito boa de aprovação do PL 4/2021, proposto pelo governador Ratinho Jr (PSD). O texto estabelece “atividades educacionais como serviços de caráter essencial no âmbito das unidades de ensino das Redes Pública e Privada do Estado do Paraná”.

Segundo o a Secretaria Estadual de Educação (Seed), o projeto não trará impacto financeiro nem aumento de despesas ao erário. O Governo pede ainda que o texto seja apreciado em regime de urgência, mas não cita, em momento nenhum, a necessidade de vacinação dos profissionais de Educação.

“Somente com acesso à vacina podemos cogitar a volta às aulas na Rede Pública do Estado. O governador mostra um descompasso com a realidade das salas de aula. Vimos o projeto cívico-militar em regime de urgência tramitando, vimos o descaso com os professores PSS [Processo Seletivo Simplificado], a redução das disciplinas de Filosofia, Sociologia e Artes e agora essa bravata, totalmente desacompanhada de uma ação efetiva de proteção à saúde dos profissionais da Educação, seus familiares e aos próprios alunos”, diz o deputado estadual Goura. “Hoje mesmo encaminhamos um requerimento neste sentido, solicitando que todos os trabalhadores da Educação tenham acesso à vacina.”

Greve dos professores

Protesto em frente à Alep. Foto: APP-Sindicato

Os educadores da Rede Estadual de Ensino já aprovaram greve geral com início também para o dia 18 de fevereiro. Eles são contrários ao modelo híbrido, com retorno presencial dos profissionais, anunciado pelo governo.

Durante assembleia geral da categoria, no dia 23 de janeiro, os professores aprovaram também a campanha salarial deste ano, defendendo, entre outros pontos, a vacina e condições sanitárias adequadas para o retorno às escolas.

“Nossa posição é contrária ao retorno das atividades presenciais no dia 18 de fevereiro. Entendemos que a pandemia continua em um estágio muito grave de contaminação e óbitos no Paraná e estamos reforçando essa posição contrária à medida que o governador Ratinho Jr vem anunciando”, afirma o presidente da APP-Sindicado, Hermes Leão.

“Defendemos também a garantia dos empregos dos mais de 29 mil professores(as) e funcionários(as) PSS, a defesa dos direitos que têm sido atacados durante a pandemia e também uma pauta importante, que é da organização escolar, sendo ela a defesa do ensino noturno”, completa ele.

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2 comentários em “Ratinho quer Educação como atividade essencial na pandemia”

  1. O vírus está aqui e chegou para ficar! Acredito que a discussão não pode ser sobre se devemos voltar às aulas, mas sim como voltar. Crianças em idade de alfabetização não tem condições de ter aula online, fato né? Precimos entender as necessidades de cada faixa etária e talvez implementar um sistema de rodízio para evitar salas de aulas cheias. Infelizmente as alternativas não são boas para ninguém. Vacina já para todos os funcionários da rede de ensino!

  2. Se for feita uma pesquisa que nem precisa de muita profundidade, todos verão que não há condições. Licitação em cima da hora, orientação zero sobre protocolo… dizer que é pra ficar 2m distante, pra adolescentes? Piada! Sem contar as famílias negacionistas…

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