Quem poderá parar Ratinho Jr.?

Não há ninguém hoje em condições políticas de enfrentar o governador numa possível reeleição

O governador Ratinho Jr. (PSD) está numa situação invejável politicamente. Eleito há pouco tempo, tem a caneta cheia. Na Assembleia, praticamente não enfrenta oposição (a Assembleia do Paraná jamais se oporá a alguém que esteja no poder). Mas, mais do que isso, tem desde já todas as condições para ser reeleito – sim, dá para pensar nisso mesmo com apenas três meses de mandato.

O favoritismo de Ratinho nas próximas eleições não se deverá a seu desempenho no governo. Claro, se for bem (embora até agora não tenha dado mostras de nenhum brilhantismo), a coisa fica ainda mais fácil. Mas o fato é que ele poderá vencer as próximas eleições por simples W.O.

Todos os principais atores do cenário político paranaense que costumeiramente eram vistos como candidatos ao governo do estado estão saindo fora do baralho, cada um por um motivo diferente.

Roberto Requião, por exemplo, disputou o governo em todas as vezes que a l,ei permitiu desde 1989. Quase três décadas como um candidato competitivo, com três mandatos conquistados. Porém, chegará à próxima eleição com 81 anos. Na última, já nem quis ir para a disputa: pela primeira vez, refugou, foi para o Senado. E perdeu.

Beto Richa está preso e acabado politicamente. Jaime Lerner se afastou da política. Alvaro Dias decidiu que quer participar apenas da política nacional. Gleisi Hoffmann viu seu partido desmoronar e precisou abrir mão da reeleição para o Senado. O grupo de Ricardo Barros não se mostrou à altura de uma eleição para o Executivo.

A pergunta é: quem sobra?

Aparentemente, sobram os dois senadores eleitos em outubro, Oriovisto Guimarães e Flavio Arns (que já tentou o governo sem o menor sucesso). Ou sobra a possibilidade de alguém construir uma candidatura em quatro anos sem estar nem perto dela em 2019. Quem poderia ser? Rafael Greca poderia tentar. Talvez Gustavo Fruet ou Alexandre Kireff. Quem sabe o reitor Ricardo Marcelo Fonseca.

Mas nenhum deles hoje teria a menor condição de enfrentar Ratinho de igual para igual. Ainda mais levando em conta que, em 2022, o governador terá tido quatro anos de uso da máquina, publicidade farta e milhares de comissionados para fazer campanha a seu favor.

Goste-se ou não do atual governador, é preciso admitir: Ratinho construiu um grupo forte e chegou ao poder com chance de permanecer lá por muito tempo.

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