A Procuradoria da Mulher da Câmara Municipal de Curitiba emitiu uma nota repudiando os ataques racistas sofridos pela vereadora Carol Dartora (PT). A parlamentar foi alvo de insultos e ameaças após participar do ato antirracista no último sábado (05), na Igreja do Rosário.
O ato foi em memória de Moïse Mugenyi, assassinado no Rio de Janeiro ao cobrar salário atrasado, e contra o homicídio de Durval Teófilo Filho, de 38 anos, morto por um vizinho enquanto chegava em casa.
Ao fim do protesto, manifestantes entraram na Igreja. Eles alegam que a missa já havia acabado. A Arquidiocese de Curitiba, por sua vez, disse que os ativistas agiram de forma “invasiva, desrespeitosa e grotesca”.
Carol Dartora, embora estivesse entre os manifestantes, não entrou na Igreja. Mesmo assim foi alvo de ataques racistas por meio das redes sociais. “Não entrei na Igreja por consciência que tenho sobre esse lugar muito difícil que ocupo no mundo, que é o de mulher negra. Errando ou acertando, quase nunca me é dada a razão. De mim sempre é cobrado o dobro”, lamentou por meio das redes sociais.
Ela foi chamada de “filha de satã”, “macaca fedorenta” e sofreu ameaça: “você não dura dois meses”.
Depois disso, a Procuradoria da Mulher publicou a nota de repúdio na qual afirma que “liberdade de expressão, garantida pela nossa Constituição Federal não é direito à ofensa”.
“Não podemos nos calar, nos amedrontar diante das tentativas covardes de constranger, perseguir e ameaçar uma mulher, eleita democraticamente e que tem representatividade e atuação política”, continua o texto.
Dartora é a primeira mulher negra eleita na história de Curitiba e terceira candidata mais bem votada nas eleições de 2020.
O caso de racismo será denunciado pela assessoria da vereadora ao Ministério Público do Paraná (MPPR).
Leia a íntegra da nota abaixo: