A Polícia Federal prendeu, na manhã desta sexta-feira (26), o blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio. O paranaense é investigado na Operação Lume, que investiga suposto financiamento e organização de atos antidemocráticos para a volta da ditadura militar, assim como pelo fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Próximo da extremista Sara Geromini, conhecida como Sara Winter, Eustáquio é conhecido por ter sido, segundo Sara, o idealizador do acampamento “300 pelo Brasil”, que teve a sua base desmontada em Brasília, depois de ordem do governo do Distrito Federal.
Eustáquio foi correspondente da Gazeta do Povo em Paranaguá, além de ter coordenado o departamento de jornalismo da TVCi, em Brasília. Ele é casado com a jornalista Sandra Terena, que é Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
O jornalista já tinha sido alvo de uma ordem de busca e apreensão há duas semanas. Ele foi encontrado pela polícia em Ponta Porã (MS), na fronteira com o Paraguai. A PF fazia um monitoramento para caso Eustáquio tentasse deixar o Brasil.
Na rede social, o blogueiro diz que tem um “núcleo de jornalismo investigativo”. Segundo ele, a sua estadia no Paraguai seria para estudar a questão de que “comércio aberto” e “combate à desinformação da mídia”, seriam a causa de poucas mortes por covid-19 no país vizinho.
Oswaldo já foi condenado a pagar indenização de R$ 15 mil por danos morais ao jornalista Glenn Greenwald, do Intercept Brasil. O Plural procurou a defesa do jornalista para falar sobre o inquérito que resultou na prisão dele. Contudo, até o fechamento dessa matéria, a defesa não foi encontrada.
Até o fechamento desta reportagem, o Plural não conseguiu contato com Eustáquio nem com sua defesa.