A página do prefeito de Curitiba, Rafael Greca (DEM), na Wikipedia (enciclopédia on-line colaborativa) é palco de uma disputa virtual. Uma sequência de edições visando publicar ou apagar informações sobre a biografia do prefeito acabou fazendo o site proteger temporariamente o conteúdo.
A “guerra de narrativas” aconteceu pela última vez em 9 de janeiro e teve como alvo uma seção chamada “Controvérsias” que descreve uma denúncia feita na eleição de 2016 pela Folha de S.Paulo. A reportagem mostrava fotos de redes sociais em que apareciam, na chácara de Greca, objetos idênticos a peças históricas que desapareceram do acervo da Casa Klemtz durante o seu primeiro mandato de prefeito.
Na época, o caso foi usado na eleição. Greca negou ter se apropriado dos objetos e disse que comprou réplicas. O caso levou a uma sindicância da prefeitura interrompida por ordem judicial.
No dia 9, das 19h28 as 19h51 sete edições modificaram a página, das quais três removeram a seção “Controvérsias” inteira alegando, em algumas edições, vandalismo, má fé e difamação. As informações, no entanto, foram recolocadas por um editor da Wikipedia.
As mesmas informações já haviam sido apagadas da página em 9 de outubro de 2018, quando a página também foi protegida após ser alvo de seguidas edições, com a inclusão e supressão de um trecho que, além de informações sobre o caso da Casa Klemtz, também listava “polêmicas” do prefeito como a fala sobre moradores de rua, quando afirmou numa sabatina que quando tentou ajudar um pobre, vomitou “por causa do cheiro”.
O caso da Casa Klemtz, no entanto, voltou à página em 5 de junho de 2019, já sem as informações sobre outras polêmicas.
Audiência
A página de Greca tem uma audiência relativamente baixa, de 2.165 visualizações, em média, por mês. Mas é maior que a do governador Ratinho Jr, cuja média é de 5 visualizações por mês, e do ex-prefeito Gustavo Fruet, que tem uma média de 554 visualizações por mês.