Francischini diz que Greca usou cargo para beneficiar negócios da família

Denúncia foi baseada em documentos da Prefeitura. Prefeito nega irregularidades

O candidato do PSL à Prefeitura de Curitiba, Fernando Francischini está usando o horário eleitoral para fazer denúncias contra o atual prefeito e líder nas pesquias para a reeleição, Rafael Greca (DEM). Na prometida “bala de prata”, Francischini alegou que Greca teria usado do cargo para beneficiar com milhões de reais em dinheiro público à Construtora Greca, que é comandada pela família do prefeito.

Greca negou as acusações e promete processar o seu adversário. Em razão da denúncia, Francischini protocolou uma representação por improbidade administrativa contra Greca no Ministério Público Federal (MPF). O candidato do PSL já prometeu que fará de seis a sete denúncias contra o prefeito nos próximos programas eleitorais. Nesta sexta-feira (6), o assunto foi a ligação do prefeito com uma empresa de asfaltos, sub contratada por empreiteiras que trabalham na cidade..

Para embasar a denúncia que foi ao ar na quinta-feira (5), Francischini reuniu uma série de documentos oficiais da Prefeitura – aos quais o Plural teve acesso – que reúnem decretos assinados e matrículas de imóveis que comprovariam que Greca comprou terrenos de sua família para obras de combate a enchentes. Segundo a propaganda, R$ 521 milhões seriam destinados para as obras de macrodrenagem. Os recursos são do Programa de Aceleração (PAC 2).

Em junho de 2017, Greca assinou o Decreto 1.128 que desapropriava cinco imóveis para a realização das obras na Bacia do Rio Pinheirinho. De acordo com documentos obtidos em cartórios pela equipe de Francischini, todos os imóveis pertencem à Construtora Greca.

No entanto, apenas em um desses imóveis – de 175 m2 – a Prefeitura pagou a quantia de R$ 388 mil. Para os outros terrenos, os procedimentos de desapropriação ainda estão tramitando no Executivo. De acordo com Francischini, apesar de os imóveis ainda não terem sido pagos, já estão sendo utilizados pelo Executivo.

O terreno de 175 m2 fica próximo do Rio Belém, em uma das obras de macrodrenagem da Prefeitura. Na propaganda eleitoral, Francischini questiona se o imóvel que pertence a família de Greca não foi adquirido com preço acima do que está no mercado.

“Medidas cabíveis em andamento”

O Plural questionou a assessoria de Rafael Greca sobre as denúncias do seu opositor. Em resposta, a comunicação do prefeito destacou que as denúncias de Francischini foram “repletas de mentiras” e que as “medidas judiciais cabíveis” estão em andamento.

Além disso, garante que não há relação entre as obras de macrodrenagem e benefícios inexistentes à família de Greca. A desinformação, segundo eles, procura confundir os eleitores na reta final da eleição municipal. De acordo com a assessoria do prefeito, Francischini misturou dados a fim de induzir a uma suposta irregularidade.

De acordo com a comunicação de Greca, o preço de quase R$ 400 mil que foi pago pelo terreno próximo do Rio Belém foi definido com base em critérios técnicos e está dentro dos parâmetros de mercado. Sobre o uso dos terrenos pertencentes à família do prefeito, a resposta oficial é de que como em toda a grande obra pública, o local está sendo destinado para abrigar maquinário (muitos de grande porte, como retroescavadeiras), equipamentos e materiais.

De acordo com a assessoria do prefeito, os terrenos foram locados para este fim. Os seus aluguéis foram firmados mediante contrato de empresa vencedora da licitação pública.

“Apenas um da família do prefeito”

A comunicação do prefeito afirmou que o valor de R$ 521 milhões mencionado na propaganda do PSL se refere a toda a carteira de obras de macrodrenagem da gestão Greca e não aos recursos envolvidos nas desapropriações. A obra apresentada está sendo feita no Rio Pilarzinho desde junho de 2020. A ideia é que essas mudanças resolvam problemas de alagamento que acontecem na região há cerca de 31 anos.

O custo total é de R$ 9,1 milhões. De acordo com a Prefeitura, para fazer a obra foi necessário desapropriar seis imóveis, sendo que apenas um deles da família do prefeito. Além disso, a assessoria do prefeito alega que as desapropriações foram definidas na gestão anterior (2013-2016) e efetivadas nesta gestão, que retomou e viabilizou a reforma.

Uso da imagem de Ney Leprevost

No início da manhã de sexta-feira (6), o Secretário de Justiça, Família e Trabalho do Governo do Paraná (Sejuf), Ney Leprevost (PSD) – segundo colocado nas eleições de 2016 e adversário político de Rafael Greca – divulgou nas suas redes sociais uma nota de repúdio a propaganda eleitoral de Francischini.

O candidato do PSL usou a imagem de Leprevost sem autorização na peça publicitária. De acordo com o secretário, o uso foi desonesto em uma tentativa de “lavar” o ataque feito contra Greca. O deputado federal licenciado já declarou seu voto para João Guilherme (Novo) nessas eleições e afirmou que não compactua com “artifícios políticos desleais”.

Além disso, Leprevost insultou Marcelo Cattani – ex-assessor político de Greca – e responsável pela inclusão do secretário no vídeo. “Lamento profundamente que, mais uma vez, o senhor Marcelo Cattani tente transformar a campanha eleitoral da nossa Curitiba na latrina de onde ele saiu”, diz o deputado.

No período da tarde, Leprevost mobilizou seu advogado e conseguiu uma decisão junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para proibir que Francischini use, indevidamente e sem autorização, imagens dele na propaganda eleitoral. Segundo o despacho do juiz, o candidato do PSL veiculou inserções ilegais, visando causar desequilíbrio no pleito eleitoral e utilizando imagens de quem não é nem candidato à prefeito.

Em caso de descumprimento, multas de até R$ 100 mil podem ser aplicadas. Procurado pelo Plural, o departamento jurídico da campanha de Francischini informou que a ação perdeu objeto, já que o mesmo programa eleitoral não será mais reprisado.

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6 comentários em “Francischini diz que Greca usou cargo para beneficiar negócios da família”

  1. Pena que a eleição em Curitiba está essa baixaria. Ainda tem políticos que não têm o que mostrar forçam a barra para desgastar políticos com uma carreira política de sucesso como o Greca.
    Mas, o que esperar de um candidato apoiado pelo Bostanaro, que vive de espalhar fake news de seus adversários?

    1. Nenhum dos dois são ideais para a prefeitura de Curitiba. Ambos são contra a Educação. Sem investimento em Educação o país não progride.

    2. Joelson Meneguel júnior

      Oq esperar de um candidato que mentiu,NN deu nenhum auxílio aos pequenos negócios em Curitiba?? Oq esperar de um prefeito que é favor do casamento homoafetivo?? “Nada contra apenas tenho CMG que isso NN ele certo
      E oq que esperar de um prefeito fajuto que ao invés de melhor as escolas públicas de Curitiba faz asfalto?? Hipocrisia falar que ele esta tentando manchar a imagem de alguém quando ele está apenas mostrando quem o “Rafael greca” realmente É.

  2. Quem é Francischini na fila do pão? Por que ninguém usa o massacre do Centro cívico, em 29 de abril de 2015, onde mais de 200 professores foram atingidos por balas de borracha e bombas de efeito moral, orquestradas por Fernando Francischini?

    1. Mas tanto Francischini quanto Greca massacraram os professores. Quem não investe em educação não merece crédito nem voto para sugar nosso dinheiro suado.

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