Empresas de ônibus retiram campanha que chama passageiro de “jaguara”

Nas redes sociais, repercussão foi negativa. Setransp diz que a campanha saiu do ar em razão do uso político da iniciativa, já que candidatos usaram o termo para acusar opositores

O Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba (Setransp) enviou uma manifestação para a imprensa nesta sexta-feira (26) informando que tirou do ar a campanha “Não seja jaguara”, em razão dos protestos que surgiram com a sua divulgação, no início da semana. No material, o termo jaguara havia sido usado para descrever pessoas que, em benefício próprio, estão prejudicando a coletividade.

Segundo o Setransp, essa campanha é de conscientização e serve para chamar a atenção dos passageiros que não respeitam a prioridade de embarque aos profissionais da saúde, furam a catraca ou ultrapassam o horário dos comércios.

No dicionário, o termo pode ter vários significados, desde “cão ordinário”, até “pessoa de mau caráter”. O sindicato ressalta que não quis ofender ninguém e que, na linguagem coloquial, jaguara não deve ser caracterizado como ofensa.

Na nota para à imprensa, o Setransp explica que no mundo das fake news em que vivemos, tudo pode ser distorcido. Diz ainda que vai continuar lutando para sempre melhorar o serviço de transporte coletivo. O sindicato reforça que as campanhas de conscientização foram feitas em benefício dos passageiros e pede desculpas se alguém se sentiu ofendido com a ação.

“Jaguara” na campanha eleitoral

O Setransp afirma que um dos motivos da campanha ter saído do ar está no uso político do tema. De acordo com os representantes das empresas de ônibus, candidatos a prefeito estão utilizando a ação do sindicato como um instrumento político.

Além disso, destaca que as informações que estão sendo divulgadas a respeito da campanha são falsas. Em adicional, sustenta que não quer ver a iniciativa ser usada em disputas eleitorais das quais a entidade não faz parte.

Um dos candidatos a prefeito de Curitiba, Fernando Francischini (PSL), usou a campanha da Setransp para fazer um vídeo com críticas ao prefeito Rafael Greca (DEM). Segundo os idealizadores, o termo jaguara é genuinamente paranaense. No material divulgado, o atual deputado estadual Francischini fala que a propaganda é agressiva e desumana, acusando a Prefeitura de ter feito parte da ação.

Mesmo com a retirada da iniciativa, o termo jaguara já foi amplamente noticiado e é tema das eleições para a Prefeitura de Curitiba. Por meio de sua assessoria, o Executivo alega que o prefeito Greca não participou da criação da peça publicitária e não tem ligação nenhuma com a ação do sindicato.

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