Em entrevista ao Plural, Doria defende Richa e diz ter apoio do PSDB do Paraná para disputar a presidência

Em entrevista ao Plural nesta quarta-feira (25), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), falou sobre a crescente tensão na política brasileira, a deterioração da democracia no país e as possibilidades trazidas pelas eleições no ano que vem. Doria, que esteve recentemente em Curitiba para uma reunião com os tucanos do estado, defendeu o ex-governador Beto Richa e disse que tem o apoio do PSDB paranaense para disputar a Presidência da República.

“Quero afirmar de maneira muito clara, eu sou amigo do Beto Richa, da Fernanda sua esposa. Beto Richa não foi condenado, ele está respondendo a processos e ao que sei até já venceu alguns desses processos que, ao meu ver, foram injustos. Tanto foram que a Justiça já deu o ganho e a razão a Beto Richa. Fiquei feliz ao ver o Beto voltar um pouco dentro desse mundo da política, com entusiasmo e força. Estou um pouco distante da vida política cotidiana do Paraná, mas senti um alto grau de injustiça em relação a algumas posições que foram dadas a ele e também à sua esposa. Sou solidário a ele”, disse o governador de São Paulo.

Doria disse ainda que saiu do encontro com os tucanos do Paraná com o compromisso de que o partido no estado fechou questão na defesa de seu nome nas prévias do PSDB, que acontecem no dia 21 de novembro.

No Paraná, além dos compromissos partidários, Doria esteve com o governador Ratinho Jr (PSD) e afirmou que, independente de opiniões divergentes entre os políticos, a amizade prevalece. “Não cabe a mim fazer recomendações a outro governador, ainda mais um amigo como o Ratinho”, disse Doria sobre a resistência do político paranaense em se opor às decisões de Bolsonaro. “Eu respeito os meus amigos e estou ao lado deles. Eu não abandono os meus amigos”, completa.

O antagonista de Bolsonaro

Para o governador, que considera a gestão de Bolsonaro “um desastre completo” e “o pior mandato da presidência da república até hoje”, o Brasil vem sendo ameaçado constantemente por medidas autoritárias que colocam em risco as instituições democráticas.

É por isso que, na opinião de Doria, a política brasileira precisa se renovar e se afastar de visões governamentais extremistas. “Não há mal em ser de direita ou esquerda, há mal em ser corrupto, extremista, em ameaçar a democracia e as pessoas, moralmente e fisicamente. Isso é inadmissível. O Brasil precisa de paz”, afirmou.

Questionado sobre o apoio a Bolsonaro nas eleições de 2018, Doria disse ter errado mas afirmou que, na época, além de não apoiar o PT na disputa do segundo turno, acreditava nas propostas do então candidato Jair Bolsonaro. “Não precisou nem chegar a pandemia, nos primeiros meses de governo já se mostrou um desastre completo, alguém que prometeu e não cumpriu, não fez um governo liberal, desestatizante, não respeitou a Lava Jato e a Justiça. Ele traiu o Brasil e seus eleitores. Eu não erro duas vezes. O meu apoio não tem e não terá.”

Reportagem sob orientação de João Frey

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