Em Curitiba, Salles chama de irracional política de reservas ambientais

Para o ministro, a política ambiental brasileira viveu um "império da irracionalidade", no qual o país não adotou as decisões corretas: "Nós vivenciamos um período do país em que o dogmatismo, a visão ideológica distorcida, fez com que vivêssemos um atraso gigantesco", acusou.

Em visita à capital paranaense para o lançamento do programa federal Lixão Zero, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, reafirmou sua política ambiental criticando as gestões anteriores e ressaltando as prioridades da agenda atual. Salles disse ainda que pretende conhecer nesta quarta a realidade das pessoas que vivem nas proximidades do Parque Nacional dos Campos Gerais. Há um pedido apresentado oficialmente pela deputada federal Aline Sleutjes (PSL) solicitando que o parque seja eliminado.

Para o ministro, a política ambiental brasileira viveu um “império da irracionalidade”, no qual o país não adotou as decisões corretas: “Nós vivenciamos um período do país em que o dogmatismo, a visão ideológica distorcida, fez com que vivêssemos um atraso gigantesco”, acusou.

O parque dos Campos Gerais foi criado durante a gestão de Marina Silva (Rede), ministra do Meio Ambiente no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Nós não podemos ter um conceito de unidade de conservação que seja refratário à própria presença do ser humano. A unidade de conservação visa, dentre outras coisas, a manutenção da qualidade das pessoas, portanto não pode ter um sistema em que as pessoas são indesejadas”, declarou Salles.

Segundo a deputada, o parque vem “atrapalhando” as atividades econômicas na região, como a agropecuária e a extração mineral. O encontro de Salles com os ruralistas e mineradores acontece na fazenda do presidente da Associação Comercial e Industrial de Ponta Grossa, Douglas Taques Fonseca.

Lixões

O prefeito Rafael Greca, o governador Ratinho JR e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, lançam programa de redução de lixões. Foto: Giorgia Prates.

Salles participou da assinatura de uma portaria interministerial que trata do fim dos lixões no país e do aproveitamento energético dos resíduos recicláveis, criticado por entidades ligadas ao processo de reciclagem e aos catadores.

A medida foi alvo de intensos protestos na Boca Maldita, local no qual aconteceria, inicialmente, a solenidade. A assinatura do documento acabou transferida para o Palácio Iguaçu. No entanto, segundo as autoridades o motivo não foram os protestos, e sim o atraso no deslocamento do ministro.

A ideia, para Salles, é que o governo federal ofereça soluções a curto prazo, coordenando municípios, estados, catadores, o terceiro setor e as entidades privadas. “Não é mais tempo de ficar discutindo modelos e soluções alternativas”, disse ao afirmar que a política nacional de resíduos sólidos era – apesar de algumas inconsistências – um bom marco regulatório.

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