Dirigentes da Rede no Paraná deixam os cargos após “tratoraço” no partido

Presidente e vice estão entre os dirigentes que deixaram os cargos

Seis integrantes da executiva estadual da Rede Sustentabilidade no Paraná renunciaram aos cargos na direção do partido, nesta segunda-feira (7). A presidente e o vice-presidente estaduais da legenda estão entre os que deixaram o cargo. Em nota, eles atribuem a saída ao desrespeito da direção nacional às instâncias locais.

Ao Plural, representantes do partido relataram que o estopim da decisão foi o fato de a executiva nacional ter abonado filiações que seriam negadas pelos dirigentes locais. Um dos dirigentes classificou o ato da direção nacional como “tratoraço”. 

O movimento expõe as consequências do fato de o partido não ter atingido a cláusula de barreira e, por isso, não ter acesso aos recursos dos fundos públicos de campanha. Diante dessa realidade, há um grupo que defende a fusão da Rede com outro partido e outro que insiste na manutenção do partido independente – o que demanda novas filiações e o lançamento de um alto número de candidatos.

NOTA DE RENÚNCIA

“NADA SOBRE NÓS, SEM NÓS!”

Aos grandes amigos e amigas da Rede Sustentabilidade, aos valorosos voluntários da Executiva Estadual, da gestão 2020/2022, aos filiados e filiadas, aos militantes e aos mandatários:

Na responsabilidade de membros da Executiva, após muita reflexão pessoal de quem subscreve,  DECIDIMOS que RENUNCIAREMOS aos cargos para os quais fomos eleitos na última Conferência Estadual da Rede Sustentabilidade/Paraná e explicamos as razões:

Em primeiro lugar, combatemos o bom combate! Mantivemos os nossos compromissos estatutários e de manifesto! Cada decisão colegiada foi realizada por consenso progressivo e todas as instâncias municipais foram respeitadas e valorizadas nas suas construções locais de articulação! Jamais esta Executiva atropelou qualquer construção local, seguimos as regras!

Em segundo lugar, defendemos que qualquer cidadão ou cidadã brasileiro(a) tenha o direito de se candidatar a cargo eletivo, de forma orgânica e com justa distribuição de recursos! Afinal, a proposta da Rede é a de renovar a política brasileira, ou seja, a de apresentar novos quadros e assim, organicamente, ir “hackeando” o sistema. 

Em terceiro lugar, não podemos jamais aceitar interferências na Rede Sustentabilidade – Paraná de quem quer que seja! E este fato se concretiza com filiações realizadas de maneira totalmente alheia e sem qualquer conhecimento pelas Instâncias Municipais e Estadual! Não podemos legitimar prática que impacta na atuação partidária estadual e local sem a nossa participação ou conhecimento! Não é esta a forma que entendemos correta de se fazer política, a boa política, que almejamos para o Estado do Paraná!

Nós não queremos ver o partido passar este momento triste e destruidor! Não vislumbramos um cenário favorável ao fomento de lideranças, com transparência e sem o jogo de vícios políticos que está vindo de cima para baixo! 

Estamos num momento muito delicado da vida partidária, precisamos eleger bons nomes, mas não qualquer nome e nem de qualquer jeito! Nas palavras de nossa liderança maior, que admiramos muito, “vale a pena persistir na verdade e não ganhar a qualquer preço”! (Marina Silva, 2018, El País)

Em quarto lugar, acreditamos que a Rede Sustentabilidade ainda seja o partido do presente e do futuro para as Pessoas, para o País, para o Estado e para os Municípios! Que as ações arbitrárias não gerem a implosão do partido!

Esta é a nossa decisão, 

Paraná, 07 de junho de 2021.

Junior Rasbolt – Porta Voz Estadual         

Aline Casado – Porta Voz Estadual

Leandro Bernardo – Coordenador Executivo

Edson Villela – Coordenador de Organização

Giovani Bernini – Coordenador de Organização

Alisson Augusto – Coordenador Financeiro

Sobre o/a autor/a

5 comentários em “Dirigentes da Rede no Paraná deixam os cargos após “tratoraço” no partido”

  1. Se o partido não cresceu na gestão dos ditos cujos, como dizia o Raul ou trabalha ou pega seu banquinho e saia de fininho e deixa outro trabalhar.

    O remédio é amargo

  2. E se essas novas filiações não são aceitas pela direção local por perseguição política?
    E se a forma como isso possa ter sido conduzido tenha sido desleal?
    Não cabe à Nacional interferir?
    Quando as mesmas pessoas e grupos permanecem por muito tempo no poder, cedem a tentação da vaidade e acabam priorizando projetos pessoais, ou do grupo que formaram e só aceitam novos membros se receberem o beijo na mão que pode ser desde um emoji em grupo de whatz até um gesto público de defesa do grupo.

  3. Prezado Plural, tudo bem? A reportagem registra que “o estopim da decisão foi o fato de a executiva nacional ter abonado filiações que seriam negadas pelos dirigentes locais”. Por favor, saciem a curiosidade pública e nos forneçam #NOMES ! Abs!

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