Dia da Mulher: Ela está de olho nas obras

Uma planilha de dados copilados pela equipe de Indiara Barbosa contém 56 obras públicas em Curitiba e seu status atual

A grande realização da vereadora Indiara Barbosa (Novo) em seu primeiro ano de mandato na Câmara está numa planilha de dados que contém 56 obras públicas em Curitiba e seu status atual. O documento, que pode ser consultado no site da parlamentar, é resultado de um ano visitando e analisando as obras da cidade, um trabalho que é uma das bandeiras do mandato: a transparência.

Novata na política, Indiara começou como voluntária num projeto social da empresa para a qual trabalhava. Foi parar num curso de formação da lideranças e, em 2020, na chapa de candidatos a vereança do Novo. Acabou sendo a candidata mais votada do Legislativo curitibano, com 12 mil votos. Foi a primeira vez que uma mulher esteve nessa posição.

O desempenho de Indiara nas urnas superou o de outras figuras marcadas da Câmara. Com orçamento de pouco mais de R$ 200 mil na campanha, ela fez 1,6 vezes mais votos que o líder do prefeito na Casa, Pier Petruziello (sem partido), que gastou quase R$ 500 mil.

Indiara diz que o primeiro ano na Câmara foi de “muito aprendizado”, que aprendeu que política é diálogo e que viu suas convicções serem reforçadas. No plenário, a bancada do Novo se destaca pelo enfrentamento direto a propostas mais progressistas, como a Lei de Cotas apresentada pela vereadora petista Carol Dartora e a proposta de reajuste de salários a funcionários públicos municipais.

Indiara atribui esses posicionamentos a um “enfrentamento” natural e a coerência mantida com a “pauta do partido”. Mas faz questão de dizer que tem uma relação de parceria e troca com a vereadora petista Professora Josete, na Comissão de Finanças.

Mas é na fiscalização que o trabalho da vereadora aparece. A ideia é que a população possa acompanhar a situação do que está sendo feito pela cidade. O trabalho, Indiara diz acreditar, antecipou a necessidade de rompimento do contrato da prefeitura com o Consórcio Estação Solar, responsável pelo Lote 4.1 do projeto da Linha Verde Norte.

“A gente fez um pedido de informação bem incisivo em relação ao lote 4.1, questionando que a obra não seria concluída no prazo. E isso se efetivou”, relata. Ela reconhece que “é difícil ter um resultado prático” nessa área. O próprio documento com a lista de obras ainda é um esboço inicial. “A gente colocou no site, mas precisa fazer alguns ajustes. A ideia é deixar isso disponível para a população poder fiscalizar”, completa.

Este ano, a parlamentar quer aprovar uma lei que detalha como a prefeitura deve divulgar os dados sobre as obras, exigindo inclusive a inclusão de QR Code (uma espécie de link visual) nas placas informativas para acesso online ao detalhamento.

Apesar das leis federais de transparência e de acesso a informação já terem tornado obrigatória a disponibilização das informações públicas e reservado o sigilo a casos específicos, Indiara defende que o projeto irá “detalhar o que precisa ser feito”. “A lei de acesso à informação é muito genérica”, reclama. Ela também se incomoda com a lerdeza do processo. “Às vezes, a gente faz um pedido para a prefeitura e demora mais de um mês [para responderem]. Se está disponível a informação, deveria ser encaminhada na hora”, pondera.

Ela também reclama da falta de transparência nas respostas da prefeitura aos questionamentos do Legislativo. “As respostas são muito genéricas e, muitas vezes, não responde ao que a gente quer. Daí fazemos outro pedido ou pedimos uma reunião [com o órgão responsável].”

Coerente com a plataforma que a elegeu, a parlamentar lista entre suas realizações o corte de despesas de gabinete, como a dispensa do carro oficial e da cota de selos da Casa. Segundo a parlamentar, ela deixou de gastar R$ 346 mil até o momento.

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