O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara de Curitiba vai definir na terça-feira (10) se dá prosseguimento aos pedidos de cassação do vereador Renato Freitas (PT) e leva o caso ao plenário.
Os cinco pedidos foram feitos por conta da entrada de manifestantes na Igreja do Rosário durante um protesto antirracista ocorrido no Largo da Ordem, no dia 5 de fevereiro deste ano. Os autores entenderam que Freitas invadiu a Igreja, coro endossado pela Arquidiocese de Curitiba, que depois recuou e disse que não estava ocorrendo nenhuma missa quando os participantes do ato entraram no templo.
O relator do processo, vereador Sidnei Toaldo (Patriota) já concluiu o parecer, mas a vereadora Maria Letícia (PV) pediu vista do documento e só deve votar na segunda-feira (5). A reunião de terça-feira está marcada para as 14 horas.
Os membros do Conselho não podem se manifestar acerca do voto, mas apoiadores e interlocutores de Freitas estão positivos quanto ao arquivamento do processo, sobretudo depois que o vereador Márcio Barros (PSD) renunciou à vaga, após áudios em que ele afirmava que votaria pela cassação do petista vazarem. O presidente do Conselho, Dalton Borba (PDT), não incluiu outro membro no posto.
Nas alegações finais apresentadas pela defesa de Renato Freitas, o advogado Guilherme Gonçalves pediu a nulidade do processo por conta dos áudios, embora uma decisão anterior do próprio Conselho tenha afastado a hipótese por entender que não houve prejuízo ao parlamentar.
Apoio
Apoiadores de Freitas estão organizando uma manifestação para as 10 horas de terça-feira (10), em frente à Câmara Municipal, para “defender a democracia, lutar contra o racismo e a violência política sofrida pelo povo preto periférico”. Estão previstas atividades interreligiosas, políticas e culturais.
Pelas redes sociais, o mandato do parlamentar também terá ativismo. Até segunda-feira (5) diversos conteúdos sobre o processo de cassação serão divulgados no Facebook e Instagram.
Além disso, o mandato também estimula os apoiadores a interagirem nas transmissões online das sessões parlamentares e do Conselho de Ética.
Essa tentativa de cassação é simplesmente por ser negro e petista e incomodar no bom sentido com seus pronunciamentos e atividades numa Câmara composta por uma maioria branca.Querem se livrar dele.