Com Beto fora de cena, PSDB do Paraná vai à lona

Partido que dominou política paranaense por oito anos não tem mais governo, senador nem deputado federal

O PSDB foi por vários anos o partido mais importante do Paraná. Entre 2011 e 2014, teve governador e vice, um senador, deputados federais e a maior bancada da Assembleia, que também presidia. Em 2014, manteve os bons números. Mas mesmo antes do início da tragédia de Beto Richa, o partido começou a mostrar que não ia bem.

Já no ano passado, com a proximidade do fim do governo e sem nenhum candidato viável dentro da legenda, a fuga em massa teve início. E quem ficou se deu mal. Dos deputados federais, ninguém se reelegeu, nem mesmo Valdir Rossoni. A bancada federal tucana no Paraná simplesmente sumiu. Na Assembleia, o partido que já teve a maior bancada ficou reduzido a três deputados.

Com as prisões em série de Beto (foram três em um semestre) as coisas só pioraram. Falar com um tucano no Paraná é ouvir que ele ou ela pensa em sair do partido. Mesmo entre as novas lideranças, que poderiam significar uma renovação do partido, a intenção é pular fora o quanto antes.

Embora não toque no assunto publicamente, sabe-se por exemplo que o vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel, pensa em sair do PSDB já antes da eleição do ano que vem: sua pretensão é seguir na chapa de Rafael Greca (DEM) e ser reeleito.

Nos bastidores, comenta-se que o próprio Valdir Rossoni, que já foi presidente do partido, pode trocar de legenda caso consiga anular a eleição de Boca Aberta (Pros) e assumir uma vaga na Câmara dos Deputados. Ficar no PSDB hoje é ser associado a Quadro Negro, Publicano, Luiz Abi…

Dentro do partido, uma dúvida que paira no ar é se alguém tomará a iniciativa de pedir a expulsão de Beto, que durante quase uma década foi o principal nome do PSDB. “Eu acho que, se ele for inteligente, se desliga antes disso acontecer”, diz um ex-deputado bastante próximo a ele.

Outro deputado, não tucano, acha que apesar de tudo, os tucanos ainda têm respeito demais por Beto para tomar uma iniciativa desse tipo. “Tem que deixar ele se defender, apresentar o contraditório”, diz.

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