Câmara quer dar prêmio de Direitos Humanos a jornalista que pressionou vereadora

Dois parlamentares disputaram o direito de indicar jornalista ao Prêmio Pablo Neruda. Proposta deverá ser votada em plenário

Atualizada em 14 de junho de 2022, às 10h59

Envolvido na mobilização que tentou pressionar a vereadora Noemia Rocha (MDB) a votar pela cassação do vereador Renato Freitas (PT) no Conselho de Ética, o jornalista Oswaldo Eustáquio deve retornar à Câmara de Curitiba. Ele é um dos indicados ao Prêmio Pablo Neruda de Direitos Humanos, que é concedido anualmente pela Casa.

A proposta será votada em plenário, assim como outras indicações de homenageados ao mesmo Prêmio. (A proposta só irá a plenário após nova análise na Comissão de Educação).

Eustáquio foi indicado para receber a honraria por dois vereadores: Oscalino do Povo (PP) e Flavia Francischini (União), que retirou sua indicação após ser informada da redundância. A vereadora então fez uma segunda indicação com o nome de Antonio Paim de Abreu Junior, que é Superintendente da Polícia Rodoviária Federal no Paraná.

A proposta de homenagem à Eustáquio é anterior a atuação dele na reta final do processo de cassação contra o vereador Renato Freitas, mas o parlamentar poderia ter alterado a proposição até 1o. de junho, data limite para apresentação de nomes ao Prêmio.

Na ocasião da votação da cassação, Eustáquio foi retirado da sala acusado de tentar constranger a vereadora do MDB. Noemia votou pela cassação de Freitas. Na Comissão de Educação, em voto em separado e vencido, a vereadora Carol Dartora (PT) registrou que além de sua atuação na cassação de Renato Freitas, Eustáquio já foi condenado pela veiculação de notícias falsas.

Segundo a Câmara, como a aprovação na Comissão de Educação não teve maioria, a proposta terá que ser reanalisada e poderá ser aprovada ou rejeitada. Só então (se aprovada), poderá ir à plenário.

Em uma das condenações contra o jornalista ele teria acusado a a ex-secretária-executiva do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), Verena Martins de Carvalho, “abafar estupro coletivo após noite regada a bebidas, drogas e orgias entre adolescentes e adultos, bancada com o dinheiro público”. A Justiça entendeu que a acusação, falsa, é grave e o condenou a indenizar a Verena.

Prêmio Pablo Neruda de Direitos Humanos

A cada ano todo vereador tem o direito de indicar uma pessoa ou entidade a diversos prêmios. Em 2022, Além de Eustáquio, foram indicados a receber o prêmio Pablo Neruda também:

  • O magistrado Fábio Ribeiro Brandão, coordenador de Infância e da Juventude do Tribunal de Justiça do Paraná, indicação de Herivelto Oliveira (Cidadania)
  • Ariane Santos, da Badu Design, indicação do Professor Euler (MDB)
  •  José Manoel Gonzalez, Bispo da Igreja Universal, indicação de Osias Moraes (Republicanos)
  • Francisco de Assis Ferreira, líder comunitário do CIC, indicado por Sidnei Toaldo (Patriota)
  • Maria Aparecida Blanco de Lima, desembargadora do Tribunal de Justiça do Paraná, indicação de Carol Dartora (PT)
  • José Carlos Cal Garcia Filho, da Comissão de Direitos Humanos da OAB, indicação de Marcelo Fachinello (PSC)
  • Viviane de Souza Vicentin, Grupo de Voluntários Elos Invisíveis, indicação de Dalton Borba (PDT)
  • Thiago Rafael Vieira, teólogo, indicação de Pastor Marciano Alves (Solidariedade)
  • Nilo de Oliveira, Centro de Capacitação Esportiva, indicação de João dos Cinco Irmãos (União)
  • Lucas Siqueira, Grupo Dignidade, indicação de Hernani (PSB)
  • Rafaela Espósito de Carvalho Ribeiro, Projeto Filhos de Madre Teresa, indicação de Marcos Vieira (PDT)
  • Claudia Regina Martins Estorilio, FAS, indicação de Tico Kuzma (PROS)
  • Capitão Marcelo Trevisan Karpinski, da Polícia Militar, indicação de Leonidas Dias (Solidariedade)
  • Eryka Maria Bonfim Oliveira Souza, Projeto Criança Feliz, indicação de Ezequias Barros (PMB)
  • Advogada Vanessa Rossi Della Matta, Escritório Della Matta, indicação de Zezinho do Sabará (União)
  • Metropolia São João Batista, ajuda humanitária a Ucrânia, indicação de Tito Zeglin (PDT)
  • Leonardo Petrelli, presidente do Grupo RIC, indicação de Denian Couto (Pode)
  • Advogado Odacyr Carlos Prigol, militante pela liberdade religiosa, indicação da Sargento Tania Guerreiro (União)
  • Juliano Gasparetto, médico e diretor do Hospital Cajuru, indicação de Jornalista Marcio Barros (PSD)
  • procurador de Justiça Olympio de Sá Sotto Maior Neto, indicação de Alexandre Leprevost (Solidariedade)
  • Antonio Paim de Abreu Junior, Superintendente da Polícia Rodoviária Federal no Paraná, indicação de Flávia Francischini (União)
  • Mirian Teresinha Gogola, distribui refeições para moradores de rua em Curitiba, indicação de Maria Letícia (PV)
  • Pastor Iran Silos Negrão, presidente da EMITA – Escola de Ministério Templo das Águias, indicação de Noemia Rocha (MDB)
  • Associação de Moradores Amigos do Bairro de Cachimba, indicação de Nori Seto (PP)

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6 comentários em “Câmara quer dar prêmio de Direitos Humanos a jornalista que pressionou vereadora”

  1. O Dalton Borba é do PDT ou mudou de partido? A indicação do tal Eustáquio é um deboche ou Curitiba é isso mesmo? Depois do mentecapto Jair, não se constrangem com mais nada.

    1. Rosiane Correia de Freitas

      Oi Almir, foi corrigido. Não sei se é deboche, mas no mínimo cria um constrangimento a vereadora que foi presionada.

  2. Rosiane, a lista de agraciados está mal feita pois alguns nomes aparecem com o partido ao qual se elegeram e outros não. Por que?

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