A Câmara Municipal de Curitiba aprovou nesta terça-feira (21) a cassação do mandato do vereador Renato Freitas (PT) por 25 votos a 7. O vereador teve o mandato cassado por ter entrado em 5 de fevereiro na Igreja do Rosário dos Pretos – durante uma manifestação pela morte do imigrante congolês Moïse Kabagambe no Rio de Janeiro. Nas denúncias feitas contra o parlamentar, Freitas foi acusado de desrespeitar a liberdade de culto. A Câmara fará a segunda votação da cassação nesta quarta-feira.
Renato Freitas não esteve presente à sessão de cassação, que considerou ilegal. Sua defesa técnica também não compareceu. O advogado de Renato, Guilherme Gonçalves, apontou diversos erros de procedimento e afirmou que vai ao Judiciário para anular a sessão desta terça.
Renato Freitas foi eleito para seu primeiro mandato de vereador em 2019, com pouco mais de 5 mil votos. Neste ano, antes do processo de cassação, havia anunciado sua candidatura a deputado estadual. Caso a cassação seja confirmada, ele perderá seus direitos políticos até 2030.
Racismo
Para os parlamentares da Comissão, Renato teria liderado a manifestação e a entrada dos manifestantes na igreja. E como tal teria “agido de forma incompatível” com conduta parlamentar. Violação a liberdade de culto e violação a proteção a liturgia e elementos da celebração.
Boa parte do debate na sessão desta terça foi marcada por uma discussão relativa a racismo. A vereadora Professora Josete (PT) convidou seus colegas a se colocarem no lugar de uma criança negra e pobre, passando fome e tendo negado direitos garantidos pela Constituição em texto lido em plenário. “Nós [brancos] somos isentos da dor”, declarou. “Não tirem do povo negro e periférico o direito de voz e vez neste lugar”, completou. E pediu desculpas a população negra que votou no vereador Renato Freitas.
A vereadora Carol Dartora (PT), primeira negra eleita em Curitiba, disse que a cidade presenciou um “escracho público”. A vereadora usou as palavras “atrocidades” e “amordaçamento” para definir o que pensava sobre o caso.
Denian Couto (Podemos) foi um dos que se incomodou com a acusação de racismo. Disse que acusar a Câmara de racista era chamar Curitiba, “o orgulho do Brasil”, de uma cidade racista. Amália Tortato (Novo), corregedora da Câmara, disse ainda que culpar o Legislativo, e não Renato, pela cassação, seria como “culpar o professor pela reprovação de um aluno que não estudou”. A vereadora disse ainda que não iria “passar a mão na cabeça” de Renato.
Perdão e vingança
A punição aplicada pela Câmara a Renato Freitas vai muito além do que a própria Igreja Católica pediu. Embora o caso tenha ocorrido em um templo católico, a Cúria emitiu nota confirmando que não havia mais missa no momento em que os manifestantes entraram, e afirmando que a cassação seria uma pena desproporcional.
No entanto, foram os vereadores da bancada evangélica e da direita que comandaram o ataque a Renato. O líder do prefeito, Pier Petruzziello (PP), e os pastores Ezequias Barros (PMB) e Osias Moraes (Republicanos) foram autores dos pedidos que levaram à cassação.
Os vereadores religiosos têm uma rixa com Renato, que afirmou haver pastores “trambiqueiros”. E o líder do prefeito, que já chamou o petista de “moleque” em plenário, sempre se irritou com a forma como ele fazia oposição a Rafael Greca (PSD).
Estamos vivendo o ESTADO TERRORISTA.
Renato Freitas é um político que engrandece Curitiba. Eduquemos nosso olhar e nossa sensibilidade.
Em contraste, a Câmara de Curitiba inscreve o nome da cidade na história da infâmia.
Manifestemos a vergonha profunda de haver por aqui tantos vereadores racistas, viperinos, desbragadamente ignorantes, representantes de uma cidade (que não se sabe?) desalmada.
A cassação é mais uma mensagem que ressoa o Brasil do atraso. Atraso cevado em Curitiba: esvazia-se a possibilidade do diálogo. É disso que a violência se alimenta, mas as vereadoras e os vereadores branquinhos e burrinhos não conseguem alcançar o sentido das palavras que pulsam vida. Vereadores e vereadoras gabolas delambendo falas toscas, estúpidas, incoerentes e violentas. Palavras mortas. Não é exagero: racismo é sinônimo de morte.
Quem consegue ver que há um nordeste inteiro, casa-grande e tudo, que cabe em Curitiba? Tem sinhô, sinhá e feitor que come pinhão com leite quente. Como pode viverem lambuzados de tanto ressentimento e ódio? A palavra que não dizem mas que os move é “aniquilar”.
Renato representa resistência. Sinto orgulho de viver em uma cidade que tem como vereador um homem com a inteligência, a sensibilidade, a delicadeza e o carisma do Renato. Trata-se de um homem público muito articulado e comprometido com pautas civilizatórias e
contemporâneas. Para além de ser uma questão de gosto (não importa se você gosta ou não gosta do “jeito” do Renato), é uma questão política (a potência de haver um político com o perfil, a base popular, as pautas e a coerência do Renato).
Está mais do que na hora de parar com a lenga-lenga de que “o Renato errou (porque não deveria ter entrado na igreja)”: garantir o mandato do Renato é o que verdadeiramente importa.
Não gosto deste vereador, desde a data da posse só aprontou, só apresentou badernas, vandalismo e pichações, Curitiba não é racista, mas aqui vagabundo não se cria. A cassação é importantissima sim, não podemos mais deixar que façam da política um trampolim para ganhar dinheiro fácil sem apresentar resultados do seu trabalho. E este vandalismo não foi o primeiro cometido por este ser, tem vários outras badernas e vandalismo que não representam que não se coadunam com nossa bela Curitiba Achei é pouco a cassação deveria responder processo criminal por invasão indevida.
Se tudo correr dentro da “normalidade”que se espera de um julgamento justo, o judiciário deverá repor a verdade e restaurar o mandato, entretanto, observamos o mesmo comportamento dessa Câmara Municipal – conservadora e obsoleta, em muitos Tribunais que deixam o direito de lado e ditam regras e entendimentos exdrúxulos e convenientes aos poderosos!!
É só anotar os nomes dos “RACISTAS” de plantão, entre eles o lider do Greca Pier, que certamente vai tentar de novo ser candidato a deputado estadual. Sua hora vai chegar, e vai amargar mais um pouco esse mandato de capacho do greca, eleição a deputado?kkkkkk
SE ESCONDE ATRAS DA COR PRA JUSTIFICAR UM ATO INFANTIL E MOLEQUE , TODOS DEVEM PAGAR POR SEUS ERROS ..SIMPLES ASSIM OU ESTAREMOS LIGITIMANDO OUTROS TIPOS DE ATAQUES . PONTO FINAL . A LUTA DE IGUALDADE NADA TEM A VER COM INFANTILIDADE.
Eu não gosto do Renato Freitas.
Pra mim, é um vereador ruim. Inconveniente, infantil e alguém que busca palco mais do que legisla.
Dito isso, sua cassação é absurda. Um estupro à lei, uma vergonha da história da nossa república, uma vergonha pra Curitiba. Proselitistas com acusações muito piores, boa parte dos que votaram são porcos que se recusam a se converter de verdade.
Felippe, é bem por aí. No mérito a cassação ignora o óbvio e exagera na interpretação do ato. É risível alegar que entrar numa igreja depois que a missa já acabou é ameaçar o direito a culto.Tão risível quanto vereador branco dizer que não existe racismo estrutural nem racismo em Curitiba. Abraço
Curitiba é sim uma cidade racista, como muitas cidades brasileiras são. Ficar passando o pano para isso é negar o racismo estrutural que temos na nossa sociedade. Curitiba, orgulho do Brasil, só se for no sonho do nobre Edil. Uma pena, o vereador errou sim, mas nada que pudesse fazer com que o seu mandato fosse cassado. Quantos anos deixaram o Derosso mandando e desmandando na câmara de vereadores e fazendo coisas impublicáveis. Ninguém se indignou com isso.
Renato deve recorrer.