Após novo rompimento de contrato na Linha Verde, vereadora pede revisão dos projetos para licitação

Obras da Linha Verde só devem terminar em 2024, de acordo com nova estimativa da prefeitura

Nesta semana, a vereadora Indiara Barbosa (Novo) enviou uma proposição para a prefeitura de Curitiba sugerindo que o Executivo revise os projetos e use a modelagem Building Information Modeling (BIM), para agilizar o andamento do trecho 4.1., da Linha Verde, no Atuba. Somente neste trecho a prefeitura já gastou cerca de R$ 16,6 milhões.

“A obra já teve dois contratos rescindidos, com diversos aditivos e alterações por conta de inconsistências entre projetos e planilhas orçamentárias. Para evitar os mesmos erros, seria prudente uma revisão consistente do edital como todo, e, embora possa adiar o início do certame, pode sim ganhar celeridade na execução”, diz o documento.

Essa modelagem é a mesma empregada para expansão da linha 5 do metrô de São Paulo e, de acordo com a parlamentar, pode reduzir em 22% o custo da construção e em 33% o tempo de execução da obra.

Em dezembro do ano passado a prefeitura rompeu o contrato com o consórcio Estação Solar, responsável pela obra por conta de descumprimentos no cronograma.

Transtornos

“A obra da Linha Verde foi iniciada para ajudar, mas atrapalha muito a vida do curitibano”, critica a parlamentar.

No Atuba quem sai de ônibus da região da Vila Esperança, por exemplo, demora ao menos quinze minutos para atravessar de um lado para o outro da Estrada Ribeira por conta do fluxo intenso de veículos. De carro o sofrimento não é menor: os motoristas demoram no mínimo 20 minutos para escapar do trânsito até chegarem à Linha Verde, cuja obra segue parada.

O término facilitaria a vida de quem se desloca pelo trecho, como o engenheiro mecânico Caio Reis. “Iria ajudar muito [a conclusão das obras] economizar esses 20, 30 minutos no trajeto diário”, analisa.

O documento apresentado pela parlamentar também sugere que a Secretaria Municipal de Obras Públicas (SMOP) reveja planilhas de custos e siga o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices (Sinapi). “A obra conta com financiamento da Caixa. Diferenças de preços nestas tabelas podem gerar mais atrasos”, afirma Indiara.

Este lote foi licitado pela primeira vez em 2018. A vencedora do certame, a Terpasul, foi substituída pelo consórcio Estação Solar após inconsistências na execução do projeto. Agora uma terceira empresa vai assumir a obra.

Ao Plural, a SMOP informou que o novo edital para retomada do cronograma será lançado ainda neste mês. De acordo com a pasta, o prazo de conclusão será de 18 meses após a assinatura da ordem de serviço, ou seja, em 2024, se não ocorrerem novos percalços.

Novela

As obras da Linha Verde estão em andamento há 15 anos. Em janeiro de 2007, o então prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB/2005-2010), autorizou o início e prometeu entregar o primeiro trecho (Pinheirinho ao Jardim Botânico) em 15 meses. No entanto, além do tempo previsto, foram necessários outros 13 meses para conclusão.

E essa dinâmica foi seguida por todos os prefeitos subsequentes e a penúltima previsão de entrega da Linha Verde na gestão de Rafael Greca (DEM) era para o ano passado (agora revista para 2024).

A delonga motivou o vereador Professor Euler (PSD) a pedir a abertura de uma CPI para investigar os investimentos na Linha Verde. “Quanto tempo mais, além desses 15 anos, vai demorar para ficar pronta?”, questiona o parlamentar por meio de um vídeo publicado nas redes sociais. Ele já havia sugerido a abertura de uma CPI em 2019, mas não conseguiu votos suficientes.

O Executivo ainda não se manifestou sobre o documento enviado pela vereadora Indiara Barbosa.

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